Prestes a completar 1 ano de sua abertura, a Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) instalada pela Câmara de São Carlos para apurar os gastos da Prefeitura com a Saúde vai se aproxima do final. Está prevista para esta terça-feira (25) a entrega do relatório do vereador Elton Carvalho (Republicanos) ao colegiado.
Nos 11 meses de atividade, a CPI causou muito barulho na política de São Carlos em meio às investigações, requisições de documentos oficiais e oitivas com autoridades e ex-autoridades.
Para o presidente da comissão, o vereador Marquinho Amaral (sem partido) as investigações procuraram dar respostas aos questionamentos surgidos sobretudo em meio à pandemia de Covid-19. Neste contexto, afirma ele, faltou transparência nos atos da administração.
“As coisas mais graves são os gastos, sem transparência, feitos nas melhorias tanto do Ginásio [Milton Olaio] quanto das UPAs, com um ex-hotel sem ter clareza”, expõe.
Nos últimos meses, a CPI da Saúde levantou assuntos como a atuação da Prohab na preparação de locais para o recebimento de pacientes com Covid, os episódios na época chamados de fura-fila da vacinação contra a Covid e as falta de medicamentos nos hospitais.
Marquinho Amaral rebateu às críticas de que a CPI demorou bastante para ter seu relatório finalizado.
“O processo foi encaminhado unicamente ao relator da CPI que teve um trabalho muito árduo, é difícil. Muita gente reclamou que estava demorando, mas ele tinha que analisar 7 mil folhas, tem que ler, tem as licitações, ver se tudo bate, os processos, recebimentos do governo do Estado e federal e ele terminou esse trabalho na última sexta-feira (21)”, afirma.
O presidente da Comissão afirmou que não leu o relatório, algo que fará assim que receber oficialmente o documento. A comissão poderá aprovar ou rejeitar as conclusões do relator e dar ou não prosseguimento às denúncias que podem surgir no relatório.
“Cabe ao relator, mas nós vamos ler. No meu entender, acho que tanto o Tribunal de Contas da União quanto o do Estado, o Ministério Público Federal e o do Estado de São Paulo [têm que receber], até mesmo porque tivemos verbas federais e estaduais.”
O relatório da CPI da Saúde deve trazer uma fotografia de São Carlos em meio a um de seus piores momentos da história de sua saúde pública, causados pela pandemia de Covid-19. Esse relato chega em um início de ano de piora do cenário, com lotação dos hospitais, falta de vagas de UTI e de testes rápidos. Marquinho Amaral criticou a condução da Secretaria da Saúde durante a pandemia de Covid-19.
“Mesmo aquilo que nos foi dito pelo secretário de Saúde, em sua oitiva, e durante a sua presença com o prefeito Airton Garcia, na Câmara Municipal. Nós vimo que aquela conversa não sai da conversa mole, do blá-blá-blá. E blá-blá-blá não cura ninguém”, dispara.