A Câmara de Vereadores de São Carlos autorizou, na sessão desta terça-feira (16), a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os gastos da prefeitura com a saúde.
O pedido foi protocolado na sexta-feira (12) pelo vereador Marquinho Amaral (PSDB), que será o presidente dessa comissão. Além disso, a CPI será composta por Azuaite Martins de França (Cidadania), Bruno Zancheta (PL) e Dé Alvim (Solidariedade), como membros, e Elton Carvalho (Republicanos), como relator.
Segundo Amaral, a decisão de criar a chamada CPI da Saúde foi tomada por conta da falta de transparência da Secretaria de Saúde em alguns atos administrativos, verificar os gastos da pasta e também apurar os motivos da desorganização na campanha de vacinação contra Covid-19. “Eu tenho recebido muitas reclamações e, sem dúvida nenhuma, está uma bagunça a vacinação. Nós temos grandes profissionais da saúde que trabalham, mas, infelizmente, essas pessoas não são valorizadas pelo secretário Palermo”, afirmou o propositor.
Além disso, o presidente da CPI afirmou que o secretário de Saúde Marcos Palermo anda acusando os vereadores, nos bastidores e sem apresentar provas, de tentarem interferir nas decisões da Secretaria de Saúde. “Ele tem dito que os vereadores querem passar gente na frente, que querem dar emendas parlamentares, que isso é ilegal, que não pode dar emenda parlamentar para compra de uma prótese, de um aparelho de surdez. Mas isso tem acontecido historicamente na cidade, por que só agora ele fala que não pode? “, questionou.
“Então ele fica com ameaças veladas, dizendo que vai denunciar os vereadores no Ministério Público. Então eu vou querer saber, na CPI, quem são esses vereadores, os nomes, e quem são as pessoas beneficiadas. Chegou a hora de nós abrirmos a caixa preta da saúde”, concluiu o parlamentar.
Outro lado
Procurado pela reportagem do ACidade ON, o secretário de Saúde de São Carlos, Marcos Palermo, disse que respeita o direito que o vereador tem de pedir a abertura de CPI e se colocou à disposição para prestar todos os esclarecimentos. “É um direito do gestor público e também do parlamentar de questionar todos os órgãos públicos, todas as contas, todas suas atividades. Acho que é um direito dele, não há problema algum. Caso seja instaurada a CPI, nós estamos aptos a recebê-los e informar o que for necessário. Não há porque divergir disso. O que for solicitado será enviado”.
Com relação à campanha de vacinação contra a Covid-19, Palermo disse que existem diretrizes diferentes do Ministério da Saúde e do governo de São Paulo, o que gera confusão em relação aos protocolos que devem ser adotados no município.
O secretário também informou que a vigilância epidemiológica ficou responsável por todo o processo de vacinação em São Carlos. “A questão da vacina é muito técnica e compete a vigilância epidemiológica. Eu não atuo nessa área, eu não opino nessa área, porque não me compete. Eu apenas dou as diretrizes, elas discutem em grupo e tomam as decisões”.
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