A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga suposta interferência da primeira-dama de São Carlos em processo licitatório da Prefeitura vai ouvir, nesta quarta-feira (17), representantes das empresas que participaram de concorrência questionada.
As oitivas começam às 9h, com representante da SBR Soluções em Beneficiamento de Resíduos, empresa sediada na capital paulista.
Os parlamentares ouvirão também emissários da Esal Empreendimentos e Soluções Ambientais, de Ribeirão Preto, às 9h30; da Coprosan Construção, Projeto e Saneamento Ambiental, de São Pedro e com filial local, às 10h; e AMX Ambiental – Obras e Serviços, sediada em São Carlos, às 10h30.
A CPI da Primeira-Dama, como a investigação é chamada, ouviu há duas semanas os ex-secretários de Saúde Marcos Palermo e Denise Mello Martins e a secretária Jôra Porfírio. O celular da atual ocupante do cargo foi requisitado por parlamentares para a coleta de provas.
Suposta influência em licitação de R$ 53 mi
A nova investigação se debruça sobre o suposto fato de familiares de Airton Garcia (UB), prefeito de São Carlos, terem se valido do ‘grau de parentesco com o prefeito’ para influenciar em processo de contratação milionária por parte da Prefeitura. A primeira-dama Rosária Mazzini Cunha e seu filho Erick estariam envolvidos.
A licitação em questão é uma concorrência pública que prevê terceirizar a destinação de entulho da construção civil e resíduos de podas de árvores. Ao vencedor, seriam confiados R$ 53 milhões em recursos públicos ao longo de cinco anos.
O certame terminou ‘fracassado’ e teve seu fim decretado por ordem do prefeito Airton Garcia que viu ‘não haver mais interesse público’ na contratação. Ocorre que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia dado puxão de orelha na administração para resolver irregularidades na destinação de entulho em São Carlos.
A licitação foi permeada de erros, com erratas publicadas constantemente ao longo do processo. Uma delas corrigiu o objeto da contratação. Em outra, a administração esclareceu que o contrato seria de cinco anos, ao invés dos 12 meses mencionados no documento original.