O desfile militar organizado pela Ministério da Defesa para levar um convite ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Palácio do Planalto, na manhã desta terça-feira (10), repercutiu entre os vereadores de São Carlos.
Durante a sessão da Câmara Municipal, no período da tarde, o vereador Azuaite Martins de França (Cidadania) discursou em defesa da democracia. “É preciso ter coragem para enfrentar covardia. Não serão esses tanques que irão intimidar o parlamento, o judiciário e a democracia. Não serão eles que impedirão a fragorosa derrota do retrocesso representado pelo voto impresso”.
O parlamentar também disse que os tanques bons “são aqueles que lavam a roupa suja de suor do trabalhador” e sugeriu que, no lugar dos tanques de guerra, eles sejam usados em Brasília. “É preciso aproveitar essa imagem para dizer que tanques de lavar de roupa têm que ocupar a esplanada dos ministérios de Brasília para lavar a roupa suja da corrupção que infesta esse governo, que se propôs como honesto. Mas que, cada vez mais, revela que o povo brasileiro foi fragorosamente enganado”, afirmou Azuaite.
Já vereador Sérgio Rocha (PTB) disse que o desfile acontece todos os anos e defendeu o presidente Jair Bolsonaro: “Não tem problema nenhum, vereador Azuaite, o Exército passar em Brasília (…). Eu não sei por que a esquerda tem tanto medo da polícia”.
“O presidente Bolsonaro não veio para agradar a esquerda. O Bolsonaro veio para limpar 20 anos de roubalheira nesse país”, complementou.
O vereador Moisés Lazarine (PSL) também minimizou o desfile militar como um ato de ameaça à democracia, defendeu o voto “impresso auditável” e disse que quem tem medo da polícia é criminoso. “Quem tem medo de Polícia Militar, dos agentes de segurança pública, é criminoso ou tem alguma culpa no cartório. A hora que a polícia chegar na minha porta, eu não vou ter medo nenhum de deixar ela entrar, porque não vai ter nada de ilícito dentro da minha casa”, afirmou.
A parada militar, realizada no dia da votação do voto impresso na Câmara dos Deputados e criticada como mais uma tentativa de polarização das Forças Armadas, começou por volta de 8h30.
Nesse horário, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já estava na rampa do Palácio do Planalto, acompanhado dos comandantes das três forças. Também estavam diversos ministros, entre eles Walter Braga Netto (Defesa), Ciro Nogueira (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Anderson Torres (Justiça).
No início do desfile, que durou aproximadamente 10 minutos, um militar em traje de combate desceu de um dos veículos, subiu a rampa e entregou a Bolsonaro um convite para comparecer a exercício militar da Marinha programado para agosto.