Oposição e base governista reuniram em coro nas reclamações sobre o transporte público municipal de São Carlos, na sessão da Câmara Municipal realizada ontem (5).
O assunto foi levantado pelo vereador Djalma Nery (PSOL) que disse receber diariamente “reclamações sobre a péssima qualidade do transporte”.
O parlamentar observou que o valor cobrado em São Carlos, R$ 5,25, é maior do que o da própria capital – cuja tarifa está em R$ 5,00. Djalma disse que a frota está sucateada e que os usuários “tomam chuva” nos veículos da Sou São Carlos.
“Na linha do Novo Horizonte, usuários reclamam que o aparelho de ar-condicionado está desligado, porque está quebrado. Sai na propaganda que os ônibus têm ar-condicionado, mas é mentira”, comenta.
Júlio César pede audiência
O vereador Júlio César (PL) solicitou a realização de audiência pública sobre a situação do transporte público do município.
O parlamentar salientou a importância de representantes da Sou São Carlos para dar explicações sobre o serviço prestado no município.
“Queremos entender o sistema. Vamos convocar a empresa, a prefeitura, os vereadores, o Ministério Público para entender essa situação. Foi falado do valor da passagem, do subsídio, as linhas que diminuem, não tem qualidade. Temos que fazer a empresa fazer melhor, porque do jeito que está não dá”, comentou.
Guerreiro quer mexer no bolso
O vereador Leandro Guerreiro (PL) disse que a atual situação do transporte público municipal exige que os vereadores “mexam no bolso” da empresa de transporte. Um caminho dado pelo parlamentar é limitar o subsídio pago à operadora.
“A Suzantur que era um lixo […] conseguia operar o transporte público por R$ 600 mil. Como essa empresa que não tem um grau a mais de qualidade tenha carta-branca para receber até R$ 4 milhões se quiser?”, indagou.
Guerreiro disse que a empresa atual só dá “transtorno à população, não cumpre o edital, não cumpre o que prometeu e tira o espaço de uma empresa que faria com melhor qualidade”.
“Absurdo”, diz Sérgio Rocha
O vereador Sérgio Rocha (PL) disse que o serviço prestado em São Carlos é uma “porcaria” e não tem a qualidade que a cidade merece.
“São Carlos precisa de transporte de qualidade para o pessoal da periferia, que pula de madrugada para bater cartão nas empresas e muitas vezes ficam atrasados”, cobrou.
Bira Teixeira (Podemos) e Tiago de Jesus (MDB) fizeram coro à reclamação da qualidade do ônibus.
Secretaria é cobrada
Sérgio Rocha estendeu as críticas do transporte público à própria Secretaria Municipal de Segurança Pública e Mobilidade Urbana.
Rocha apontou que bairros periféricos carecem de pontos de ônibus com cobertura e que a secretaria responsável “só fica arrecadando dinheiro com multas, com radares na cidade inteira e não faz pontos de ônibus. O que é o ponto? É um toco pintado de vermelho, não tem cobertura”.
Redução do número de linhas
Bruno Zancheta (Republicanos) apontou que a Sou São Carlos reduziu e encurtou as linhas de ônibus no município.
Ele sugeriu que a gestão municipal faça uma pesquisa de satisfação sobre o serviço prestado pela Sou São Carlos. “Ela está bem abaixo do esperado e do que a população precisa”.
Não está cumprindo o contrato, diz Elton
Elton Carvalho (Republicanos) disse que a empresa Sou São Carlos não está cumprindo o contrato de concessão de linhas de ônibus de São Carlos.
“Recebi a informação que a empresa não está cumprindo o contrato”.
O vereador disse que a empresa está com menos coletivos na rua do que o estabelecido em contrato.
O que diz a Sou São Carlos?
Procurada, a concessionária do transporte público municipal Sou São Carlos não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
O que diz a Prefeitura?
Procurada, a Prefeitura de São Carlos afirmou que todas as reclamações recebidas foram repassadas à concessionária.
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