Funcionários de uma empresa terceirizada que presta serviços à Prefeitura fizeram uma manifestação no Paço Municipal no fim da manhã desta terça-feira (19). Eles pedem o pagamento de salários atrasados.
A Prefeitura de São Carlos afirmou que mantém os repasses à empresa em dia.
Maria Gracinete é uma das funcionárias pedindo os direitos no Paço Municipal. O pagamento que era para ter sido feito no dia 7 ainda não saiu. E suas contas domésticas estão por pagar.
“A gente não recebeu o nosso pagamento e estamos atrás dos nossos direitos. Não estamos atrás de nada de ninguém, são nossos direitos. Desde janeiro estão com falhas no salário. As férias e o 13º salário pagaram atrasados, mas pagaram. Agora nem atendem a gente”, reclama.
Outra funcionária que não quis se identificar também se queixou da situação. A falta de respostas da empresa irritou os trabalhadores.
“Cada vez que os funcionários ligam falam uma coisa. Isso quando atender, quando não falam nada ou que não têm previsão de pagamento, pronto, acabou”, afirma.
Os funcionários foram recebidos pela secretária de Gestão de Pessoas, Helena Antunes, que explicou a situação jurídica vivida pela administração municipal. À administração cabe fiscalizar o serviço e o cumprimento de todas obrigações legais da empresa. Se a empresa comprova ter os pagamentos em dia, o repasse é feito.
“Ela paga, mas vem atrasando, caso contrário não recebe. Nós já multamos a empresa. Eu sugeri R$ 600 mil em multa à empresa. Fizemos essa justificativa com o jurídico, o prefeito assinou em agosto”, respondeu.
Além dos salários, a empresa estaria atrasando também o pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Todos os meses, a empregadora é obrigada a fazer os repasses às contas dos funcionários.
Em resposta, a secretária afirmou que a empresa tem apresentado as certidões de pagamento do FGTS. Ela solicitou aos empregados os extratos do fundo para averiguar possível fraude na comprovação. O contrato com a empresa vencerá no dia 28 de maio e não será renovado, garantiu a gestora. Com o fim das obrigações, os últimos pagamentos à empresa serão depositados em juízo, segundo Helena, para garantir o ressarcimento aos empregados.
A manifestação foi acompanhada pela vereadora Raquel Auxiliadora (PT), que fez o intermédio entre os funcionários da terceirizada e a secretaria de Gestão de Pessoas.
A SM Service System Terceirizados não atendeu às ligações da reportagem do acidade on.
Históricos de problemas
Em 2019, a mesma empresa apresentou atrasos nos pagamentos para seus funcionários que prestavam serviços à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A instituição afirmou na época que realizava os pagamentos em dia à prestadora. Cerca de 190 funcionários ficaram sem o pagamento, inadimplência que causou greve.