O presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou ao Broadcast Político, que para fortalecer a candidatura de Ciro Gomes ao Planalto, seu partido tem conversado “corriqueiramente” com duas legendas: União Brasil e PSD. Se uma aliança fosse formalizada com as siglas, eles indicariam o vice para chapa do pedetista.
Avaliando que Ciro tem mais chances de se consolidar entre a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), Lupi avaliou que alianças são uma questão de ter paciência.
“O único nome fora Lula e Bolsonaro que aparece solidificado há algum tempo é o Ciro. Acho que essa conversa vai acontecer naturalmente. A aliança é uma questão de ter paciência e persistência”, disse.
União Brasil e PSD ainda não definiram um nome para o Planalto, apesar de as duas legendas terem mostrado interesse em ter um próprio candidato.
O PSD de Gilberto Kassab já passou pelo “plano A”, ao sugerir Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e pelo “plano B”, com Eduardo Leite (PSDB). Pacheco optou por focar seus esforços no comando do Senado, enquanto Leite não quis deixar o PSDB para aceitar o convite de Kassab.
Já o União Brasil, partido que nasceu da fusão entre DEM e PSL, também tem sinalizado que pode ter um nome próprio à Presidência, com a sugestão de que o deputado Luciano Bivar (PE) pode ser o cabeça de chapa. A legenda também tem negociado junto ao MDB e ao PSDB o lançamento de uma candidatura única para o Planalto, o que dificultaria uma aliança com Ciro.
Rio
Mesmo com um impasse no Rio de Janeiro, Carlos Lupi nega que um aliança entre PSD e PDT no Estado tenha acabado. “Não acabamos com aliança não, continuamos conversando”, disse Lupi ao Broadcast Político.
Ambos os partidos pleiteiam a cabeça de chapa no Estado. O PSD, de Eduardo Paes, quer o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Felipe Santa Cruz como pré-candidato, enquanto o PDT defende o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves.
O plano das legendas era escolher o nome mais viável para disputar o Palácio Guanabara, sede do governo carioca, enquanto o outro comporia a chapa majoritária como vice ou candidato ao Senado.
“Ele (Paes) disse que queria ainda insistir com o nome do Felipe e ia dar o recurso para fazer do Filipe um candidato”, disse Lupi, ratificando seu apoio a Neves. Sobre uma data para que seja definido um nome, “só o tempo vai dizer”, afirmou.
“Estamos aguardando ainda a possibilidade de estarmos com um nome de consenso, mas política é assim, política é evolutiva, nada como um dia atrás o outro”, completou. Procurado pela reportagem, Santa Cruz não atendeu aos telefonemas.
Segundo pesquisa Datafolha publicada na última quinta-feira (7), Neves está à frente de Santa Cruz. Enquanto ele tem 7% das intenções de voto, Santa Cruz tem 3%. Lideram a disputa no Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSB), com 22% de intenções de voto, seguido pelo atual governador, Cláudio Castro (PL), com 18%. (Colaborou Mateus Fagundes).