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PolíticaMorre o político Levy Fidelix, 69, conhecido como o pai do Aerotrem

Morre o político Levy Fidelix, 69, conhecido como o pai do Aerotrem

Fundador do PRTB, ele também ficou famoso por disputar várias eleições, sem sucesso

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Levy Fidelix tinha 69 anos (Reprodução / Instagram)

 

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Conhecido como o pai do Aerotrem, Levy Fidelix morreu na noite desta sexta-feira (23), aos 69 anos, em São Paulo.  

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A informação foi confirmada no início da madrugada deste sábado (24) pela direção do PRTB, partido fundado e presidido por Fidelix.
“Nosso eterno líder deixa como legado o dinamismo, o bom combate, a criatividade, a honradez, a lisura em suas ações e a fé inabalável, que nortearam sua vida pública e privada”, diz o comunicado do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro.
 

Político, empresário, jornalista e publicitário, José Levy Fidelix da Cruz ficou conhecido por ser o autor do projeto do trem-bala que ligaria Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.
Era famoso também por disputar várias eleições, todas sem sucesso.  

Ele foi candidato a vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, governador e presidente da República.
 

Tentou quatro vezes ser prefeito de São Paulo, a última em 2020, quando chegou em décimo primeiro lugar, com 11.960 votos no primeiro turno. 

Para a Presidência da República concorreu duas vezes, em 2010 e 2014. Em 2018, desistiu do projeto presidencial quando o general Hamilton Mourão, que é filiado ao PRTB, foi escolhido para ser o vice do presidente Jair Bolsonaro (à época no PSL, hoje sem partido).
 

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Fidelix fundou o PRTB em 1994 e, apesar de se apresentar como pioneiro do conservadorismo no Brasil e das tentativas recentes de aproximação com as ideias do bolsonarismo, tinha no currículo político as adesões à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no segudo turno de 2010, e o apoio a Marta Suplicy, em São Paulo, quando a ex-prefeita ainda era petista.
 

Na eleição presidencial de 2014, Fidelix ficou nacionalmente conhecido quando, em debate no primeiro turno, associou a homossexualidade com pedofilia, afirmou que “aparelho excretor não reproduz” e que gays precisam de atendimento psicológico “bem longe daqui”.  

As declarações provocaram manifesfações de repúdio e um beijaço gay na avenida Paulista.
Foi neste ano que ele obteve o seu melhor resultado eleitoral, com quase 450 mil votos para presidente, quando se apresentou como um candidato conservador. No segundo turno do pleito, apoiou Aécio Neves (PSDB).
 

Em 2018, dessa vez como apoiador de Bolsonaro candidato à Presidência, teve mais de 30 mil votos, mas não conseguiu se eleger deputado federal por São Paulo.
Já na eleição municipal de 2020, Fidelix ficou desapontado com Bolsonaro.  

Esperava ser apoiado na disputa para a prefeitura da capital paulista, mas o presidente preferiu o deputado Celso Russomanno (Republicanos). Nenhum dos dois chegou ao segundo turno do pleito.
 

Em sabatina realizada pelo jornal Folha de S.Paulo em outubro daquele ano, durante a campanha para a Prefeitura de São Paulo, Fidelix defendeu que a vacina contra a Covid-19 não deveria ser obrigatória.
“Vamos facultar que as pessoas, para o seu bem, sejam naturalmente vacinadas. E aquelas que acharem que a sua consciência, que a sua condição, não permita, também não o farão. Nada você pode conspurcar, ou seja, levar por obrigação alguém a fazer alguma coisa”, afirmou.
 

“O PRTB já existia antes do bolsonarismo. Defendo Deus, pátria e família, estamos no mesmo campo político”, disse em entrevista à Folha de S.Paulo, no ano passado.
Em relação à pandemia da Covid-19, ele propôs um “distanciamento funcional”, em que os setores econômicos seriam divididos por turnos e os negócios seguiriam abertos.
 

Antes da carreira política, atuou como jornalista.  

Foi assessor de comunicação da Estanave (Estaleiro da Amazônia), fundou as revistas O Poder e Interface e chegou a atuar no SBT e na TV Bandeirantes.
Fidelix estava internado em um hospital particular de São Paulo e a causa da morte ainda não foi informada oficialmente. Ele deixa a esposa e uma filha.
 

O vice-presidente Hamilton Mourão, em rede social, lamentou a morte de Fidelix. “O movimento conservador brasileiro perde um dos seus principais representantes. Que o Nosso Senhor Jesus Cristo abençoe e conforte toda família.”
 

O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) prestou “sentimentos aos amigos e familiares”.
“O Presidente do PRTB, Levy Fidelix foi um dos meus adversários na última eleição em SP. Participamos de poucos debates juntos. Claro que ele tinha um pensamento totalmente diferente do meu, mas, no seu partido, cumpriu seu papel”, disse.

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