Membros da CPI da Saúde, da Câmara Municipal de São Carlos questionaram o secretário Marcos Palermo sobre a vacinação de voluntários e corpo diretivo da Santa Casa de São Carlos. O depoimento do titular da saúde teve início às 10h desta quinta-feira (27) e durou mais de 7 horas na sede do Poder Legislativo.
Questionado sobre a suposta vacinação antes da hora de voluntários e do corpo diretivo da Santa Casa, que segundo vereadores não compareceriam presencialmente para atividades no hospital, o secretário de Saúde afirmou que não se “envolve nas atividades privadas” da instituição, apesar de as vacinas aplicadas serem do Plano Nacional de Imunização, adquiridas com dinheiro público.
“Com relação a isso, há determinação do governo do Estado e quem deu lista (de vacinados) foi o próprio hospital. São pessoas que circulam e trabalham voluntariamente, não vou citar nome para não expor. Estão em ambiente insalubre, e precisavam segundo a portaria receber a vacina”, afirmou.
Indagado sobre a imunização de grupo de voluntárias que fariam trabalho de confecção de enxovais e aventais para a Santa Casa, Palermo negou irregularidade e afirmou que se foram vacinados, foram “por direito”.
Sobre os casos de fura-fila noticiados pelo portal ACidade ON, o gestor afirmou que não sabe dos desdobramentos porque a investigação está nas mãos do Ministério Público.
“O promotor Sérgio Piovezan semanalmente pede relatório para investigação. Tem processo aberto para isso. Não podemos citar esses casos como fura-fila porque precisa ser apurado. Pseudo-fura-fila. Se houve divergência, falha, deixo para o Ministério Público apurar”, disse.
O depoimento, então seguiu, para a suspensão da segunda dose dos supostos “furadores de fila”. O secretário desconversou em todas as tentativas de os vereadores obterem de onde partiu a ordem de paralisação, que geraram, na fala de Elton Carvalho (Republicanos) em “situação vexatória”.
“O termo fura-fila na Secretaria de Saúde não existe, o que tem é vacinação inconsistente, erroneamente. A questão de erro ou não quem apura e investiga é o Ministério Público. Aplicamos a segunda dose por conta de perda de dose. Questão técnica. Foi decisão nossa, de todos nós”, finalizou.
O que diz a Santa Casa
Questionada sobre a vacinação de voluntariado e atividades presenciais deles no ambiente hospitalar durante a pandemia de Covid-19, assim como do corpo diretivo, a Santa Casa afirmou que “cumprindo a Norma Técnica da Secretaria Estadual de Saúde e da Vigilância Epidemiológica Municipal, vacinou todos os colaboradores e terceiros que circulam pelas dependências do hospital”.