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PolíticaPL de Bolsonaro se torna a maior bancada da Assembleia de SP

PL de Bolsonaro se torna a maior bancada da Assembleia de SP

Ao todo, 43 dos 94 parlamentares mudaram de partido, cerca de 46% do total de integrantes da Alesp

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Assembleia Legislativa de São Paulo. (Foto: Divulgação/Alesp)
Assembleia Legislativa de São Paulo. (Foto: Divulgação/Alesp)

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, passou a ser a maior bancada da Assembleia Legislativa de São Paulo. A sigla também foi a que mais cresceu com a chamada janela partidária, prazo para que os parlamentares mudem de partido sem correr o risco de perda do mandato. A bancada do partido saltou de 6 parlamentares eleitos em 2018, ainda como Partido da República (PR), para 19 após o período de mudanças. Dos 13 novos integrantes do PL, 9 vieram do antigo PSL atual União Brasil e partido pelo qual Bolsonaro disputou e ganhou a eleição presidencial de 2018.

Para o cientista político e professor da Universidade Federal do ABC, Vitor Marchetti, essa evasão bolsonarista da sigla já era esperada e consiste em um resultado direto da migração do presidente Jair Bolsonaro para o PL.

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“Em 2018, o PSL era um partido pequeno que, com a filiação da família Bolsonaro, acabou inflando a legenda tanto Câmara dos Deputados quanto nas Assembleias

Legislativas”, observou Marchetti. “Esses políticos, naturalmente, surfam nessa onda e se beneficiam desse movimento de Bolsonaro, então eles vão seguir o presidente para onde ele for.” O novo cenário do PL paulista se assemelha ao da sigla a nível federal.

Na Alesp, a sigla que mais perdeu deputados durante a janela partidária foi o União Brasil. Após a fusão do DEM e do PSL, o partido passou a contar com 22 deputados estaduais. Entretanto, com o período de mudança, 17 integrantes se desfiliaram; destes, 10 foram para o PL. Outras cinco siglas receberam parlamentares da federação: Podemos (1), PRTB (1), PSDB (2), Republicanos (1) e PP (2). No fim da janela, o União Brasil conseguiu manter apenas 5 integrantes e conquistou mais 3: os deputados Edson Giriboni, Fernando Cury e Reinaldo Alguz.

Para o cientista político e professor da FGV Marco Antônio Carvalho Teixeira, o União Brasil perdeu poder de influência no momento em que lideranças significativas deixaram o partido. “Eles perderam o governador Rodrigo Garcia e lideranças nacionais como Rodrigo Maia ainda quando era do DEM, que, em tese, seria o partido que teria a maior força nessa composição”, disse.

PSDB. A bancada tucana agora é a segunda maior da Assembleia Legislativa, superando o PT. Com a janela, o PSDB angariou cinco novos membros, passando a ter 13 cadeiras na Casa. “Se tem um perdedor nessa janela é o grupo do João Doria que, apesar de ter ganho parlamentares, o ganho em termos de escala foi muito menor do que o bolsonarismo ganhou”, disse Teixeira. “Se esperava mais do PSDB por ter o governo do Estado na mão.”

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O desempenho do PSDB na janela partidária não reflete o nível de esgarçamento que o partido tem passado a nível federal, segundo Marchetti. “O número de deputados estaduais do partido reflete mais solidez do que as notícias que temos visto sobre as disputas internas tucanas”, disse o professor.

Ao todo, 43 dos 94 parlamentares mudaram de partido, cerca de 46% do total de integrantes da Alesp. Com as alterações, perderam representação na Casa PHS, PROS, PTB e PV.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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