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PolíticaProposta de redução de linhas de ônibus em São Carlos é criticada em audiência pública

Proposta de redução de linhas de ônibus em São Carlos é criticada em audiência pública

Secretário Coca Ferraz disse que haverá redução de 30% do número de passageiros para justificar medida. Vereadores classificaram proposta como absurda; confira

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Secretário Coca Ferraz teve proposta de redução de linhas e frota questionada. Foto: Reprodução/ TV Câmara

O secretário municipal de Transporte e Trânsito de São Carlos, Coca Ferraz, foi questionado por vereadores e membros da sociedade civil sobre a previsão de redução da frota de ônibus em 20% durante uma audiência pública realizada na noite de quarta-feira (6). 

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Sem contar com uma empresa de transporte coletivo operando por meio de licitação desde 2014, o governo Airton Garcia (PSL) deve publicar ainda neste mês um novo edital para concessão o serviço na cidade. 

Durante a audiência virtual, o secretário justificou a previsão de redução da frota e das linhas dizendo houve uma queda de 47% do volume de passageiros transportados em relação ao período anterior à pandemia. 

Além disso, afirmou que a projeção é ocorra uma redução em torno de 30% no número de passageiros no pós-pandemia. “Nesse período da pandemia, que houve restrições de atividades, muitas pessoas passaram a trabalhar de suas casas, muitas pessoas passaram a utilizar outro modo de transporte”.  

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As previsões e dados apresentados por Coca Ferraz foram questionados pela vereadora Raquel Auxiliadora (PT). “A gente vê uma planilha em que vai diminuir o número de linhas, vai diminuir a frota, vai demorar mais o ônibus, aumenta o valor, o déficit vai aumentar, a qualidade cai. É uma excrescência total. É um absurdo”.  

Raquel Auxiliadora pediu uma revisão total da proposta apresentada. Foto: Reprodução/ TV Câmara

A parlamentar também disse que o governo Airton Garcia está indo na contramão dos países desenvolvidos, onde o transporte público é incentivado. “A gente precisa incentivar o uso do transporte público, garantir um transporte de qualidade em que as pessoas deixem de usar carros para usar o transporte público. Isso é o que todos os países de primeiro mundo fazem, só em São Carlos que a gente quer inverter essa lógica”, afirmou. 
 
O presidente da Câmara Municipal, Roselei Françoso (MDB), disse não ter lógica reduzir o número de ônibus e linhas, já que a cidade vem crescendo nos últimos anos. “Se a gente operava com 104 ônibus, é difícil de entender como é que a gente vai dar conta de uma cidade elástica, uma cidade que cresceu territorialmente ao longo dos últimos 20 anos”, afirmou. 

“O tempo que o ônibus levava para fazer aqui no Cruzeiro do Sul, hoje ele vai lá no Zavaglia, no Abdelnur, então é impossível cumprir o mesmo horário”, complementou. 

Após ouvir as críticas, o secretário Coca Ferraz disse que o ideal era esperar que o plano de mobilidade urbana, que está sendo desenvolvido pela FGV, ficasse pronto antes da publicação do edital. “Está sendo realizado pela FGV um plano de mobilidade. E esse plano de mobilidade, que está bastante atrasado em razão da pandemia, contempla uma pesquisa de origem e destino, para saber como está a situação do deslocamento hoje em São Carlos. E essa é uma informação vital para você redefinir linhas”. 

No entanto, houve uma determinação do Ministério Público pela abertura da licitação. “Eu preferia esperar um pouco mais, mas a promotoria entende que o edital deve ser feito agora, não dá para esperar mais. Mas que esteja muito claro no edital que, a luz do que vai estabelecido no nosso plano de mobilidade, essas alterações possam ser feitas a posteriori”, afirmou.  

Veja audiência pública completa realizada na noite de quarta-feira:

Ao final da audiência Coca Ferraz qualificou como válida a discussão e destacou que o evento trouxe “muitas sugestões valiosas” que serão avaliadas para adequações no edital.
O vereador Paraná Filho (PSL) disse o tema continua em discussão e que pretende dialogar com o Ministério Público para que seja encaminhada uma solução que atenda ao interesse da população. 

Já Roselei Françoso alertou que o edital, depois de publicado, não pode ser alterado e que existe a necessidade de que seja elaborado com clareza e transparência.  
 
Ele opinou, ainda, que a base não deve ser o atual modelo de transporte e destacou que o mecanismo de consulta pública pode ser utilizado.
 
Além disso, o parlamentar do MDB disse que a Câmara e a secretaria municipal de Transporte e Trânsito poderão conversar com representantes do Ministério Público para solicitar um prazo maior para elaboração do edital, a fim de levar em conta informações do plano de mobilidade. 

Paraná Filho, ao encerrar a audiência, apoiou a proposta. “A Câmara intermediar esta situação é importante. Estamos aqui para colaborar para o bem comum”, afirmou. 

*Com informações da assessoria da Câmara Municipal de São Carlos.

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