O presidente da Câmara de São Carlos, Roselei Françoso (MDB), afirmou que Airton Garcia (UB) provocou um verdadeiro desmonte na administração municipal para dar o “truco” em políticos que se colocaram favoráveis à Comissão Processante que poderá cassar o prefeito.
Em entrevista à CBN São Carlos, o parlamentar, que é presidente do MDB local, afirmou que o governo está “fadado” e “vai precisar se mexer muito para se salvar”.
“Acho que o governo do prefeito Airton Garcia tem dias contados, infelizmente, porque realmente é isso. Não pela Câmara, mas pelo próprio desastre que estão causando na gestão, tirando pessoas “chave” da gestão municipal, gente que tem papel fundamental”, relata. Ouça a entrevista aqui.
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O vereador comentou que espera que o governo encontre soluções para a grave crise política instalada. O prefeito é alvo de Comissão Processante que investigará suposta omissão em caso de locação de gastou R$ 300 mil em recursos públicos num terreno sem utilidade. Em outro flanco, a primeira-dama Rosária Mazzini Cunha é alvo de CPI por alegada interferência em licitação. Em entrevista ao acidade on, o mandatário negou as acusações.
“Politicamente, o governo Airton Garcia está desfalcado. Se ele teve 18 votos a 3 aqui na Câmara é porque não houve de fato articulação necessária para mostrar aos seus aliados que essa denúncia não cabia razão. Acho que não tem liderança política”, dispara.
O presidente do MDB municipal avaliou, do ponto de vista partidário, a relação da “ex-base” com o prefeito. A demissão do secretário de Obras Públicas, João Muller, foi questionada pelo político. Intervenções importantes estão em andamento no combate às enchentes.
Quadros como Crislaine Mestre (ex-Vigilância em Saúde) e membros da direção do Pró-Memória, Fundação Educacional de São Carlos (Fesc) e repartições poderão fazer falta na administração.
“Foi mais uma forma de responder à Câmara Municipal, talvez de maneira impensada, muito rápida, sem analisar as consequências que isso poderia trazer. Tem pessoas que foram exoneradas e cuidam de contratos, convênios e estão habilitaras junto aos sistemas dos governos estadual e federal. Será que a Prefeitura irá repor essas pessoas num tempo recorde para não comprometer os projetos que estão em andamento?”, indaga.
Para Roselei, o Executivo pensou numa espécie de “truco” na Câmara e nos partidos que o apoiou.
“Eu fui procurado antes da Comissão Processante. Me fizeram a pergunta que se era isso que a gente nós queríamos mesmo. Já tinham anunciado a mim [as represálias] que enquanto presidente do MDB isso poderia acontecer e assumimos a consequência ao ponto de, olha, seja o que Deus quiser. Não podemos deixar de receber uma denúncia na Câmara Municipal”, afirma.
O presidente da Câmara afirmou que aberto o procedimento que investigará o prefeito, será garantida a ampla defesa.
“Quanto à investigação, é uma coisa que tem que ir, logicamente, no paralelo e eu espero que o Poder Executivo também tenha esse entendimento de que investigar é um dever constitucional da Câmara de São Carlos”, conclui.
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