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PolíticaTarcísio de Freitas diz "colocar cara no fogo" por Bolsonaro

Tarcísio de Freitas diz “colocar cara no fogo” por Bolsonaro

Pré-candidato ao governo de São Paulo afirmou que não acredita no envolvimento do presidente em suposta interferência na investigação do escândalo do MEC

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Tarcísio de Freitas foi ministro de Infraestrutura no governo de Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Divulgação)
Tarcísio de Freitas foi ministro de Infraestrutura no governo de Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Divulgação)

O pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que “colocaria a cara no fogo” pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro da Infraestrutura. A afirmação foi feita em meio às suspeitas de interferência no inquérito que apura o esquema de liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC) para prefeituras mediante o pagamento de propinas.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Freitas disse que “pelo presidente” coloca a “cara no fogo” e que não acredita no envolvimento de Bolsonaro em suposta interferência na investigação. A expressão foi usada pelo chefe do executivo em março deste ano em alusão a Ribeiro, que passou um dia preso na semana passada, no âmbito da Operação Acesso Pago, da Polícia Federal.

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Após a prisão de Ribeiro, o presidente disse que “exagerou” quando declarou que colocaria a “cara no fogo” por Ribeiro e que a investigação não é sobre corrupção, mas sobre “tráfico de influência”, o que, segundo ele, seria comum.

Freitas disse acreditar que Bolsonaro não tem envolvimento direto no caso. “A gente tem que ver o que de fato o presidente falou para o (então) ministro Milton (Ribeiro) e o que ele (Milton) falou para esses pastores, de que forma ele falou”, afirmou. “Eu não acredito que o presidente tenha dado um comando dessa natureza, porque ele nunca disse para mim.”

Sobre Ribeiro, o ex-ministro disse que sempre teve a melhor impressão possível, mas que aguarda a apuração dos fatos. “Entendo que havendo culpa, dolo, desvio, descaminho, tem que ser punido de forma exemplar. A gente não pode mais tolerar corrupção no Brasil.”

Segundo Freitas, a exoneração de Ribeiro do ministério, por exemplo, não apontaria um indício de que Bolsonaro tivesse acesso privilegiado às investigações. A exoneração “a pedido”, caso de Milton, seria “uma deferência”, de acordo com o ex-ministro. “Isso é muito comum, normalmente pessoas que são exoneradas são a pedido.”  

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o presidente Jair Bolsonaro (PL). (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR)
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o presidente Jair Bolsonaro (PL). (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR)

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Investigações na família
O ex-ministro também minimizou outras investigações contra a família do presidente e disse que os casos não terão impacto na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. “Tem muitas questões que não chegaram a lugar nenhum, as investigações não foram conclusivas. Não acredito em um impacto na minha candidatura”, disse. “O meu alinhamento ao presidente Bolsonaro, a minha lealdade, é total.”

Apesar de considerar o presidente uma figura importante em sua campanha pelo potencial de “transferência de votos”, Freitas não aposta em uma participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em seu governo.

“Eduardo Bolsonaro não deverá ser (meu secretário) de jeito nenhum, para preservar o próprio Eduardo. Ele é filho do presidente, que eu espero que seja reeleito”, disse. Também defendeu que levará em conta a ficha criminal dos indicados para a distribuição de cargos. “Perfil de risco certamente será vetado.”

Urna eletrônica
Tarcísio de Freitas também disse, na entrevista, que acredita na urna eletrônica. Ele afirmou, ainda, que está em negociação com o PSD, de Gilberto Kassab, para a composição de uma aliança no Estado. Segundo Freitas, há a possibilidade de Felicio Ramuth, ex-prefeito de São José dos Campos e atual pré-candidato do PSD, ocupar a vice em sua chapa.

“Eu acredito nas urnas, só que vejo o seguinte: existe hoje um sentimento de desconfiança com o processo”, afirmou Freitas. “Cabe ao Congresso disciplinar o rito eleitoral, e fez isso”, disse. De acordo com ele, há uma parcela da população brasileira que tem dúvidas em relação ao processo eleitoral.

Freitas, apesar de dizer que há quem duvide do processo, reiterou crer nas eleições. “Eu confio no processo, porque, se não, não tinha razão de eu disputar. Eu acredito que está se buscando determinadas salvaguardas e no final das contas vamos ter um processo que vai transcorrer de forma normal.” 

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