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PolíticaVereadora de Araras nega discurso de ódio após se referir a movimento LGBTQIA+ como "aberração"

Vereadora de Araras nega discurso de ódio após se referir a movimento LGBTQIA+ como “aberração”

Após discurso inflamado ao defender “moção de repúdio” contra presença de crianças em movimento, Deise Olímpio entrou muda e saiu calada de sessão

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Manifestantes fizeram um ato durante a sessão da Câmara Municipal de Araras contra uma vereadora do União Brasil acusada de LGBTfobia por ter usado a palavra “aberração” contra o movimento.

Os grupos marcaram posição em sessão que Deise Olímpio compareceu por alguns instantes, mas não discursou ou participou de forma discreta. Com cartazes pedindo respeito, manifestantes tocaram músicas e lotaram o plenário da Casa de Leis da cidade.

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À EPTV, a vereadora afirmou não ter cometido crime de homofobia e afirmou que sua frase “foi tirada de contexto”.

Na sessão do último dia 19 de junho, a vereadora do União Brasil discursou após apresentação de “moção de repúdio” à participação de crianças e adolescentes em eventos de apoio ao dia LGBTQIA+.

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No plenário, diante do público e em transmissão via internet, a vereadora disse ser “muito claro que a população brasileira não aceita o uso de imagem de crianças e adolescentes, ‘ainda mais para esse tipo de campanha’”.

“Todos os vereadores que forem contrários a essa aberração ficam convidados a votar conosco para dar força, dar peso e evitar lamentavelmente episódio como este”, afirmou.

 

Manifestantes lotaram o plenário da Câmara (Foto: Reprodução/Fábio de Souza/EPTV)

A estudante de psicologia protestou contra a fala da vereadora. Afirmou que pensamentos como o de Deise fomenta e alimenta o ódio contra a minoria.

“Isso vem como um peso dentro do trabalho que eu faço de combate à violência, discriminação, que já existe na cidade. A fala realmente fomenta, alimenta, todo esse ódio que a gente já combate no dia a dia”, afirma.

SILÊNCIO DIANTE DE MANIFESTANTES
Após discurso inflamado contra o movimento LGBTQIA+ no último dia 19, a vereadora ficou em silêncio diante dos manifestantes que lotaram o plenário na noite de segunda. Chegou antes da sessão começar, deixou o plenário e retornou antes do fim dos trabalhos.

Questionada pela reportagem da EPTV sobre a ausência, a parlamentar afirmou que ficou fora “em razão da movimentação, das ameaças que estou sofrendo”, e em resguardo à “integridade física e mental”.

“Essa palavra [aberração] foi dita não em relação às pessoas deste movimento, que merecem respeito. Já emiti em várias notas que eu quis dizer que, com relação ao ato de se levar crianças para locais em que a faixa etária tem que ser respeitada, é essa e minha opinião pessoal. Não é em relação ao movimento”, justifica.

“Pegaram a minha frase e distorceram como se eu estivesse atacando o movimento em si”.

DENÚNCIADA AO MP E PC
A vereadora foi denunciada pelo coletivo do movimento LGBTQIA+ ao Ministério Público e à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância por crime de homofobia.

“Eu não proferi um discurso de ódio, então não cometi nada que pudesse agredir essas pessoas, pelo contrário, eu respeito todas as pessoas”, diz.

DISCURSO EXTREMISTA FOMENTA A VIOLÊNCIA
Levantamento do Grupo Gay da Bahia feito com base em notícias publicadas por veículos de comunicação revela que, em 2022, o Brasil registrou 242 homicídios, além de 14 suicídios de pessoas LGBTQIA+.

A intolerância, discursos extremistas, tanto de conservadores como de religiosos extremistas, são “fermento” para o crescimento dos crimes cometidos contra LGBTQIA+, de acordo com o movimento.

Neste ano, outro levantamento do Observatório de Mortes Violentas Contra LGBTI+ aponta ao menos 80 mortes de pessoas da comunidade LGBTQIA+ até o final de abril. São consideradas mortes como assassinatos, suicídios e as que decorrem de lesões por agressão.

Travestis e transexuais representam a maior parte das mortes, seguidos por gays, lésbicas e homens trans.

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