As longas filas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de São Carlos causaram a revolta dos vereadores na Câmara Municipal. Os parlamentares classificaram como “falta de responsabilidade” e “caos” a situação vivenciada em unidades do município.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, vereador Lucão Fernandes (MDB), afirmou que o colegiado tem insistentemente pedido a contratação de mais médicos para fazer frente ao déficit na rede de saúde do município.
“Uma hora [de espera para o acolhimento], dois médicos atendendo, gente. E não é por falta de empenho desta comissão. Não estamos assistindo sentados essa chacina que se faz na saúde pública de São Carlos”, afirmou na tribuna.
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Segundo Lucão, a Prefeitura “está assistindo [o problema] e não faz nada” em uma situação classificada por ele como “uma vergonha”.
“Na UPA do Santa Felícia, nove horas um paciente aguardando atendimento, nove horas. Vocês sabem o que significa uma pessoa ficar aguardando dentro de uma unidade de saúde? É muito sofrimento, muita falta de respeito com o ser humano”, emendou.
O vereador Ubirajara Teixeira (PSD) informou na sessão que a espera por acolhimento na UPA da Vila Prado chegou a uma hora ontem. Em nota publicada ontem, a Secretaria de Saúde atribuiu o problema a uma greve que não ocorreu.
“Dois médicos estão trabalhando, atendendo, e tem ente que está lá desde as 11h da manhã esperando para ser atendida”, contou.
A revolta dos vereadores com a gestão da saúde municipal não se restringiu às filas das UPAs.
Segundo a vereadora Cidinha (Progressistas), serviço de atendimento especializado a pacientes com câncer tem déficit de cirurgião oncológico, oncologia clínica, hematologia e urologista.
“Desde sexta tem uma senhora que está indo na UPA tomar morfina, porque não consegue receita porque o médico está de férias e não tem outro”, afirmou.
Roselei Françoso (MDB), presidente da Câmara, expôs a situação vivida por moradores do distrito de Santa Eudóxia, onde o único médico que atende na unidade de saúde está de férias.
“O que a gente recebe de ligação de pessoas pedindo a reposição imediata do médico. Peço mais uma vez ao secretário de Governo, Netto Donato, que resolva o problema”, afirmou.
Segundo Roselei, o distrito sofre também com falta de assistente social, dentista e outros profissionais quando os titulares entram em férias. Ao acidade on, a Secretaria de Saúde afirmou que está remanejando a rede para repor o médico na localidade “ainda nesta semana”.
A vereadora Professora Neusa (Cidadania) reclamou de problemas no transporte de pacientes e que a Secretaria de Saúde tem “espaços físicos detonados”. “O Samu está largado às traças”.
“Funcionários dizem que estão sucateados, que não tem como atender. Cadê o dinheiro desta cidade?”, questionou.
Em resposta, a administração afirmou que está licitando três novas ambulâncias, uma delas de suporte avançado (UTI).
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