Uma pesquisa do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveu um método para tratar casos de câncer na bexiga de uma forma menos agressiva.
O método prevê a utilização de uma nanopartícula ativada por luz que ataca as células cancerígenas sem afetar as células saudáveis.
Como funciona?
O método tradicional já existente no mercado se caracteriza pela utilização de nanopartículas de dióxido de titânio que são ativadas por raios ultravioleta (UV) para combater as células cancerígenas. Porém, a luz ultravioleta também é nociva às células saudáveis, podendo levá-las à morte.
Assim, durante a investigação, os pesquisadores testaram recobrir as nanopartículas de dióxido de titânio com pequenas moléculas de hidróxido de titânio IV. Essa cobertura é ativada por luz comum, do tipo Led, fazendo com que os mesmos radicais livres sejam liberados para matar as células onde há a presença do tumor, sem, no entanto, afetar as células saudáveis, já que a luz de Led não é nociva ao tecido sadio.
Para obter tal resultado promissor, os pesquisadores testaram, durante quatro anos, inúmeras substâncias in vitro em linhagens celulares saudáveis e cancerígenas de camundongos.
A pesquisa ainda seguirá realizando testes, pois aguarda a autorização Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) para iniciar a aplicação das nanopartículas em animais vivos antes dos testes em humanos, mas os resultados parciais já demonstram grande avanço no tratamento.
Segundo os pesquisadores, o câncer na bexiga é um dos mais difíceis de ser detectado e, por isso, quando a doença é descoberta, normalmente já se encontra em um estágio avançado.
Dessa forma, o objetivo da pesquisa é tornar a nanopartícula em um fármaco para ser comercializado no mercado da saúde, de modo a ampliar o tratamento nas unidades de saúde de referência no combate ao câncer e proporcionar maior qualidade de vida aos pacientes que enfrentam a doença.