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vacinasEstudo matemático analisa período seguro entre as doses da vacina contra Covid-19

Estudo matemático analisa período seguro entre as doses da vacina contra Covid-19

Modelo de otimização valida atraso calculado da 2ª dose, diminuindo internações na UTI

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Começou a vacinação de quem tem 67 anos (Foto: Prefeitura)

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Diante de um cenário limitado de vacinas para proteger a população mundial contra a Covid-19, otimizar o processo de aplicação para garantir que mais pessoas estejam imunizadas em um espaço menor de tempo é também uma resposta que a matemática pode dar. 

O estudo denominado Optimizing COVID-19 second-dose vaccine delays saves ICU admissions, assinado pelos pesquisadores Paulo J. S. Silva, Claudia Sagastizábal, Luis Nonato, Tiago Pereira, do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) da Universidade de São Paulo (USP) campus São Carlos (SP), e Claudio Struchner, da Fundação Getúlio Vargas, foi submetido à publicação e aborda o tempo ideal e seguro entre as doses para que a vacinação seja realmente eficiente contra o novo coronavírus. 

O artigo que utiliza modelos matemáticos com técnicas de otimização validou a sugestão da fabricante da vacina Oxford/AstraZeneca para adiar a segunda dose a partir de estimativas das eficácias das doses separadas, como explica o pesquisador Paulo J. S. Silva. 

O estudo da fabricante demonstrou que a eficácia da primeira dose é de 76% e da segunda, chega a 82,4% quando a aplicada em até três meses. Diante desses dados e análise de outras variáveis, o algoritmo desenvolvido pelos pesquisadores do CeMEAI concluiu que adiar a segunda dose em até 12 semanas é a decisão correta. 

“A metodologia do estudo funciona para qualquer vacina, desde que o fabricante tenha os dados sobre eficácia das duas doses. A contribuição do nosso estudo é no sentido de validar a informação do fabricante das vacinas e dar aos governantes e à população, a indicação de que as pessoas estarão melhor protegidas, mesmo diante de um atraso calculado por conta ainda da baixa oferta dos imunizantes”. 

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O estudo analisa também a demanda nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais. “Se o estudo dá ao governante a segurança de que ele pode atrasar a segunda dose, como já preconizado pelo fabricante, ele pode proteger uma parcela maior da população com a primeira dose, que tem eficácia muito próxima da segunda, e evitar, dessa forma, a entrada de novos pacientes nos hospitais”, observou Paulo. 

“Nossos resultados mostram que quando a vacina bloqueia a infecção e a eficácia da primeira dose é pelo menos de cerca de 70%, atrasar a segunda dose economiza 400 admissões na UTI por milhão de pessoas em 200 dias, levando assim a uma forte contribuição em vidas salvas”. 

#AbrilPelaVida
A pesquisa está contribuindo cientificamente na carta aberta aos governantes brasileiros #AbrilPelaVida, assinada por Paulo e mais de 30 cientistas, pesquisadores e economistas. A proposta é da Impulso Gov, organização brasileira de saúde pública, que reuniu estudos que apontam que o avanço da vacinação no país terá impactos positivos a partir do mês de maio. 

A carta defende um lockdown de 3 semanas no mês de abril, que seria o tempo necessário para que a vacinação contra Covid-19 comece a fazer efeito significativo e reduzir mortes no Brasil, podendo poupar 22 mil vidas.

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