BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse a prefeitos nesta sexta-feira (19) que a pasta deve alterar a estratégia de vacinação contra a Covid-19.
A partir de agora, cidades não precisam mais reservar a segunda dose da vacina Coronavac para ser aplicada.
A justificativa é que já há maior garantia de produção, o que permitiria um envio posterior, em novas remessas.
A informação foi divulgada pela Frente Nacional dos Prefeitos, que pediu a reunião com o ministro.
“Agora, a partir do dia 23, com a chegada de 4,7 milhões de novas vacinas, a imunização será em 4,7 milhões de brasileiros, não a metade, como estava acontecendo até então”, informou a frente.
A medida atende a uma demanda dos prefeitos.
Nos últimos dias, ao menos cinco capitais tiveram que interromper suas campanhas de vacinação devido a falta de doses.
O ministério, porém, ainda orientava manter reservado o volume da 2a dose da Coronavac, alegando que ainda não tinha um cronograma claro de entregas.
O prazo para aplicação da segunda dose para essa vacina é de 14 dias até 28 dias.
No encontro, Pazuello também disse que deve alterar cronograma para vacinar professores mais cedo. A expectativa é que isso ocorra até março.
O pedido era feito pelos prefeitos como estratégia para retomar a aulas presenciais no país.
O ministério, no entanto, ainda não tinha concordado com a possibilidade.
Segundo informações apresentadas pela pasta na reunião, as 4,7 milhões de doses devem ser enviadas até o dia 28.
Destas, 2 milhões seriam da AstraZeneca, importadas da Índia, e 2,7 milhões da Coronavac, que é produzida pelo Butantan.
A expectativa é que haja distribuição de mais 21 milhões de doses em março daí a possibilidade de calcular outra remessa para a segunda dose da Coronavac.
Ainda na reunião, alguns prefeitos disseram ao ministro ter disponibilidade para adquirir vacinas caso haja apoio do ministério.
A situação ocorre em meio a críticas de atraso do governo federal na negociação de novos contratos e baixo fornecimento inicial de doses.
“Não queremos disputar com o governo, mas seria importante permitir que estados e municípios pudessem comprar para garantir a imunização”, disse o prefeito de Salvador, Bruno Reis.
Em resposta, segundo a FNP, o ministro pediu que cidades tenham “paciência” e afirmou que a produção de vacinas deve crescer nos próximos dias.