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vacinas"Todo mundo erra", diz mãe de menino de 4 anos vacinado por engano contra Covid-19

“Todo mundo erra”, diz mãe de menino de 4 anos vacinado por engano contra Covid-19

Milena Riani Ribeiro disse que o filho está bem e sendo observado 24 horas; criança é uma das 46 pessoas imunizadas contra Covid por engano em Itirapina (SP)

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Milena Riani Ribeiro e o filho, José Vitor. Foto: Arquivo pessoal

O pequeno José Vitor, de 4 anos, foi uma das 46 pessoas vacinadas por engano contra a Covid-19 em Itirapina (SP). Segundo sua mãe, Milena Riani Ribeiro, ele passa bem e será observado diariamente por 15 dias. 

Na terça-feira (13), 46 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19 por engano, na pequena cidade do interior de São Paulo, após uma técnica em enfermagem errar ao separar as doses dos imunizantes contra a Covid e contra a gripe. Entre os vacinados de forma errada estão 18 adultos – sendo duas gestantes – e 28 crianças, na faixa etária de 1 a 5 anos.

Segundo a prefeitura, todos que receberam a dose estão sendo acompanhados e nenhum deles teve sintomas ou efeitos adversos. Quatro profissionais receberam uma terceira dose da CoronaVac e passam bem.

A profissional foi afastada e um processo administrativo da prefeitura apura as circunstâncias do erro. Um boletim de ocorrência foi registrado e a Polícia Civil investiga o caso vai ouvir testemunhas. O inquérito ainda não foi aberto.

‘Um susto’
Na segunda-feira (12), o Estado deu início a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, com o público-alvo desta primeira etapa contemplando principalmente crianças e gestantes.

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Na terça (13), Milena levou o filho para ser imunizado e foi trabalhar, quando recebeu a notícia de que seu filho estava entre as 28 crianças que haviam sido vacinadas erroneamente com a dose do imunizante contra a Covid-19. Além destas, uma gestante e outros 17 adultos.

“Foi um susto. Eu fui na Vigilância , a médica conversou comigo e tenho bastante gente que trabalha na área da saúde. A pediatria falou que é para dar a segunda dose, mas meus parentes estão falando que não é porque não foi comprovado. O pediatra de Araraquara falou para ficar em observação por 15 dias”, disse.

A mãe ainda não sabe se vai autorizar a aplicação da segunda dose, mas garantiu que João Vitor não teve reações ao imunizante e está sendo observado por pediatras 24 horas por dia.

“Você sabe que está em teste ainda e você imaginar que seu filho está sendo uma cobaia. A gente fica preocupado, mas foi um erro e todo mundo erra, então não tem como jogar a culpa nos outros. Graças a Deus meu menino está bem”, desabafou. 

Delegacia da Polícia Civil de Itirapina. Foto: CBN

Crime contra a saúde pública
A situação já está sendo acompanhada pela Polícia Civil do município, que segue apurando os fatos para decidir sobre a instauração ou não de inquérito policial. 

De acordo com a delegada Lhais Navarro Hamidi, o primeiro registro foi de uma mãe que tele seu filho de menos de 2 anos vacinado. Foi através dela que a polícia teve ciência do caso. 

“A mãe e a avó vieram registrar o fato porque agora, a depender dos efeitos colaterais que cada um desses indivíduos apresentarem, nós teremos a caracterização de crimes contra a saúde pública e eventuais lesões corporais. Ainda iremos investigar se de natureza culposa ou dolosa, mas os fatos estão sob investigação”, disse.

Segundo a delegada, serão ouvidos maiores de idade que tomaram a vacina, responsáveis pelas crianças, funcionários da Secretaria de Saúde responsáveis pela aplicação das doses e médicos que estão atendendo os pacientes.

“A depender do contorno dos fatos, os responsáveis por toda a cadeia de vacinação poderão ser enquadrados nas figuras de crime contra a saúde pública e também por eventuais crimes de lesão corporal, porque a lesão se caracteriza também quando há uma ofensa à saúde de cada um desses indivíduos”, explicou.

A delegada ressaltou que a população que foi imunizada por engano com a vacina contra a Covid-19 procure a delegacia de polícia para registro e apuração dos casos. 

Prefeita Dona Graça (PSDB) fala sobre erro de vacinação em Itirapina. Foto: Reprodução

Entenda o caso
De acordo com a Prefeitura de Itirapina, uma técnica de enfermagem enviou erroneamente frascos da Coronavac do Centro de Saúde para o local onde está ocorrendo a campanha de vacinação contra gripe (influenza), na Escola José Cruz. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Itirapina, o erro foi percebido durante o controle do estoque das vacinas, na quarta-feira (14), quando foi notada a falta de 46 doses da Coronavac. Apenas a profissional que aplicou a vacina foi identificada. O nome dela não foi divulgado. A profissional foi afastada e um processo administrativo da prefeitura apura as circunstâncias do erro.

A Secretaria de Saúde de Itirapina comunicou à Vigilância Epidemiológica de Piracicaba sobre a falha e solicitou orientações sobre as medidas a serem adotadas. Eles também informaram que já tomaram as providências na apuração de responsabilidades, na área administrativa e legal. 

Ainda segundo a prefeitura, todos os vacinados foram informados pessoalmente e a Secretaria de Saúde disponibilizou uma equipe médica para avaliação e orientação, com acompanhamento por 14 dias, das pessoas envolvidas.

Em uma publicação nas redes sociais, a prefeita Dona Graça (PSDB) disse que não iria crucificar ninguém pelo erro e que queria se solidarizar com todos os moradores que tomaram as vacinas trocadas.

“Vocês saibam que nós tomamos todas as providências. Primeiramente com relação a sua segurança na questão de saúde: conversamos com a Vigilância Sanitária, regional, que nos passou algumas informações e orientações. Conversamos com os médicos que nos deixaram mais tranquilos porque nos informaram que não é para acontecer nada de anormal”, declarou.

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