Todo brasileiro já provou uma jabuticaba ou conhece alguém que tenha um pé no quintal. Segundo Leandro Garcia da Costa, engenheiro agrônomo e professor de engenharia agronômica da PUC-Campinas, “ela é genuinamente uma fruta nossa”, porque a fruta é nativa do Brasil, originária da mata Atlântica e adaptada ao clima tropical.
A jabuticaba frutifica diretamente no caule, característica que facilita o acesso de pequenos animais e aves, que se alimentam dos frutos e ajudam a dispersar as sementes. Isso reforça o papel da espécie na manutenção da biodiversidade e contribui para a expansão das florestas.
De acordo com o pesquisador, atualmente o país cultiva mais de dez espécies diferentes de jabuticaba. As mais conhecidas são a jabuticaba-sabará, de sabor adocicado, mas que demora mais tempo para produzir, e a híbrida, que frutifica mais cedo. Outras variedades, como a paulista, a cabinho e a anã-do-cerrado, também se destacam em algumas regiões.
Estados como São Paulo e Minas Gerais estão entre os principais produtores. O clima dessas regiões favorece a floração e a frutificação, que geralmente ocorrem no segundo semestre a partir de setembro. O início do florescimento depende de um período de seca seguido por um período generoso de chuvas, o que estimula o desenvolvimento dos botões florais. O agrônomo explica, porém, que variações climáticas recentes têm afetado esse processo, já que as chuvas têm sido irregulares. Para lidar com esse desafio, os produtores têm investido em sistemas de irrigação.
No mercado interno, a fruta é amplamente consumida in natura, mas também dá origem a uma série de produtos, como geleias, licores, vinhos artesanais e até farinha feita da casca. No exterior, a jabuticaba ainda é pouco conhecida, mas está despertando curiosidade desde que apareceu na mídia.
Entretanto, a exportação enfrenta desafios. “A jabuticaba é muito perecível, com poucos dias de prateleira, por isso o consumo da fruta in natura é basicamente interno”, explica da Costa. Assim, os derivados têm potencial para expandir a presença da fruta no mercado internacional.
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