12 de maio de 2025
- Publicidade -
EP Agro

Como nasce a uva sem sementes?

*Por: Luana da Fonte Cada vez mais presente nas prateleiras dos supermercados e na mesa dos brasileiros, a uva sem sementes se destaca pelo sabor, crocância e praticidade. Mas o que muitos não sabem é que o cultivo dessa fruta exige cuidados específicos no campo. “O principal polo produtor de uva sem sementes no Brasil […]

O cultivo dessas uvas exige mais atenção do que o das variedades com sementes (Foto: Pixabay)
- Publicidade -

*Por: Luana da Fonte

Cada vez mais presente nas prateleiras dos supermercados e na mesa dos brasileiros, a uva sem sementes se destaca pelo sabor, crocância e praticidade. Mas o que muitos não sabem é que o cultivo dessa fruta exige cuidados específicos no campo.

“O principal polo produtor de uva sem sementes no Brasil é o Vale do São Francisco, e atualmente o método mais utilizado na região é a enxertia, principalmente devido ao solo arenoso e ao clima quente, que exigem plantas mais resistentes”, explica a engenheira química Juliana Senna Massoni.

Mas o que é a enxertia? O processo começa com a escolha de uma planta adulta com boa capacidade de enraizamento, da qual são retiradas estacas, que nada mais são do que pedaços de ramos. Essas estacas, quando colocadas no solo, desenvolvem raízes e dão origem a novas mudas.

Juliana conta que as uvas sem sementes surgiram naturalmente. “Algumas variedades de uva, como a Thompson — originária da Ásia Central há centenas de anos —, passaram a produzir frutos com sementes abortadas, ou seja, sementes que iniciam a formação, mas não se desenvolvem completamente. Ao perceberem que essas uvas eram mais doces, fáceis de consumir e muito valorizadas, os agricultores passaram a propagá-las por meio de estacas e enxertos”, relata.

LEIA MAIS

Caravana Giro do Leite leva conhecimento, tecnologia e inovação

Como será o clima no mês de maio?

- Publicidade -

Mas o cultivo dessas uvas exige mais atenção do que o das variedades com sementes. “As uvas sem caroço, em geral, possuem cascas mais finas e delicadas, o que as torna mais suscetíveis a doenças fúngicas, como míldio e oídio, além de danos mecânicos durante a colheita”, alerta Juliana. Segundo ela, o manejo inclui podas técnicas, irrigação controlada, nutrição equilibrada e até aplicação de hormônios vegetais para melhorar o tamanho dos bagos e favorecer a soltura dos cachos.

Além disso, a maioria das uvas sem sementes é mais sensível e exige maior atenção no controle de pragas e doenças. “É imprescindível que o produtor planeje cuidadosamente seu programa fitossanitário, focando principalmente na prevenção, para garantir a qualidade da fruta no momento da comercialização”, afirma a especialista.

Por serem mais práticas, as uvas sem sementes conquistaram o consumidor – e isso se reflete nos preços. “Essas variedades vêm ganhando mercado ano após ano, tanto no Brasil quanto no mundo, o que exige dos produtores a adoção de técnicas cada vez mais avançadas para impulsionar a produtividade e a qualidade das frutas. Os preços dessas uvas especiais podem ser, em média, de 30% a 70% superiores aos das uvas convencionais com caroço”, afirma Juliana.

LEIA TAMBÉM

- Publicidade -

Quais são os impactos da frente fria no campo?

*Supervisionado por Marina Fávaro

Compartilhe:

Recomendado por Taboola

- Publicidade -
plugins premium WordPress