Com a chegada de maio, o clima começa a mudar nas principais regiões produtoras do Brasil. De acordo com a agrometeorologista Ludmila Camparoto, esse é o período em que a estação seca começa a se consolidar no centro do país e as temperaturas começam a cair, abrindo espaço para o avanço de massas de ar frio.
“A gente já começa a observar uma redução das chuvas ao longo do mês de maio em grande parte do Brasil, principalmente falando da região central e norte do país”, explica Ludmila. Ela destaca que na região Sul ainda há condições para ocorrência de chuvas, embora de forma mais regular e espaçada. “Aos poucos as chuvas vão migrando para o sul e também para o norte do país, dependendo muito de onde a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) fica instalada”, complementa.
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Os modelos meteorológicos confirmam esse cenário de corte das chuvas na faixa central do país. “Existe a possibilidade de ocorrer uma ou outra pancada de chuva, dependendo de quantas frentes frias consigam avançar pela região central”, diz Ludmila. Em São Paulo, por exemplo, as precipitações devem ocorrer de forma bastante irregular, especialmente nas faixas leste e sul do estado.
Com a redução das chuvas, o clima favorece atividades importantes para o setor agrícola. “A gente começa a ter logo mais a colheita do café, então é importante esse período mais seco para a plena maturação e qualidade dos frutos”, afirma a agrometeorologista. Ela lembra que os grãos expostos nos terreiros a céu aberto não podem ser molhados pela chuva, o que torna o tempo seco fundamental.
Além da colheita do café, maio também é um período de preparação para a próxima safra. “Iniciamos o plantio das lavouras de inverno na região Sul, como aveia e braquiária, usadas para formar palhadas que vão proteger o solo e preparar o terreno para o plantio da safra seguinte”, destaca.
Outro ponto de atenção é a queda das temperaturas. Ludmila ressalta que, embora as manhãs e as noites fiquem mais frias, as tardes ainda podem ser quentes, o que caracteriza uma grande amplitude térmica. No entanto, o maior risco está nos eventos extremos de frio. “Se a gente tem um frio intenso, pode trazer problemas para as lavouras de segunda safra, principalmente o milho. Geadas podem causar perdas significativas”, alerta.
Além do milho, outras culturas também são vulneráveis? “Feijão, cana, café e principalmente hortaliças são bastante prejudicadas por um frio mais intenso. Não falo nem de oscilação de temperatura, mas de eventos extremos como uma geada que pode trazer essa preocupação”, conclui.
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