*Por: Luana da Fonte
Devido ao seu sabor e aos benefícios para a saúde, o azeite de oliva é um dos alimentos mais valorizados na culinária. Dessa forma, seu alto valor de compra e a crescente demanda criaram oportunidades para a falsificação do produto. A alteração ocorre, principalmente, pela mistura de óleos de menor custo, como soja e milho, sem que a informação esteja no rótulo.
A fraude mais comum acontece quando óleos refinados ou outros tipos de gorduras vegetais são misturados ao azeite de oliva. Segundo Rodrigo Ramos Catharino, pós-doutorando na Florida State University e no Instituto de Química da UNICAMP, essa prática reduz a qualidade nutricional do produto e pode até trazer riscos à saúde. “Os tipos mais comuns de adulteração em óleos de oliva são as adições de óleos de menor valor agregado em porcentagens de 50% até 5%. Porém, outros óleos também podem ser adicionados, podendo causar prejuízos à saúde”, explica Catharino.
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Embora existam testes caseiros que circulam na internet, o especialista alerta que eles não são eficazes na detecção de fraudes. “Formas caseiras não são eficientes para determinar adulterações na maioria dos produtos originários de oliva, principalmente quando a adulteração utiliza menor volume de óleos adulterantes”, afirma.
No entanto, algumas características podem ajudar o consumidor a evitar produtos falsificados. Por exemplo, o azeite extravirgem costuma ter uma cor mais concentrada, variando entre tons esverdeados e amarelados, enquanto azeites muito claros podem ser duvidosos. Outra forma de identificar é por meio do preço, se está muito abaixo do valor médio do mercado, há um grande risco de fraude. Além disso, é essencial verificar se o produto indica claramente sua origem, já que azeites que trazem apenas a informação “distribuído por” sem mencionar o local de fabricação podem ser adulterados.
Entretanto, com o avanço da tecnologia, os fraudadores têm conseguido copiar rótulos de maneira quase imperceptível, dificultando a identificação de produtos adulterados. “Cada vez mais tecnológicos, a “indústria de adulteração” copia os rótulos de uma maneira imperceptível, com inúmeros detalhes e informações idênticas aos fabricantes”, ressalta Catharino. Para evitar cair em golpes, o consumidor deve estar atento às características do produto e sempre optar por marcas conhecidas. Observar o rótulo, desconfiar de preços muito baixos e escolher azeites que tenham procedência clara são passos essenciais para garantir um produto autêntico e de qualidade.
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Supervisionado por Patrícia Neves