*Por: Luana da Fonte
O sul de Minas Gerais tem uma nova oportunidade de crescimento no cultivo de maçã, deixando a tradição do café. A região, que abrange cidades como Alfenas, Areado, Guaranésia e Guaxupé, agora se destaca por um projeto de diversificação agrícola que já produziu 30 toneladas da fruta em sua primeira safra.
A iniciativa, coordenada pela Emater-MG, envolve o plantio de 1,5 mil pés de maçã em uma área de aproximadamente dois hectares. O projeto foi idealizado para ajudar os produtores rurais a diversificar suas colheitas, com o objetivo de abastecer o mercado regional com frutas frescas. Ao todo, dez propriedades participam da iniciativa, que já se mostrou promissora, com três variedades de maçãs – Eva, Julieta e Princesa – adaptadas às condições climáticas do sul de Minas.
Luiz Celso Pedroso, produtor rural na cidade de Guaranésia, é um dos agricultores que apostou na novidade, em sua fazenda de 15 hectares, ele tem 50 pés de maçã em seu pomar. Pedroso fala sobre os desafios que o levaram a testar uma nova cultura, “como o café tava muito difícil, muito caro em relação ao preço de insumo e de venda, eu optei por testar outra cultura, ai eu to testando as frutas, no caso a maçã”, explica.
Ele também observa a boa demanda pelo produto, “se eu tivesse mais maçã, eu com certeza venderia, porque a procura foi boa”, destaca. Em sua primeira colheita, ele obteve 170 quilos de maçã, um começo animador para a produção na região.
O projeto foi criado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) e seu coordenador técnico Kleso Franco Júnior, aponta o grande potencial da maçã para a região. “O que nós temos visto é uma maçã saborosa, com um potencial produtivo muito interessante é uma cultura que o produtor vai conseguir desempenhar tranquilamente, sem competir com mão de obra com o café, porque a colheita não é de pico da colheita de café”, afirma Júnior.
O economista Aurélio Miguel, doutor em desenvolvimento econômico, complementa os benefícios dessa diversificação para os produtores da região. “O produtor vai ter uma renda mais perene, porque ele tem renda quando produz o café, que é predominante e já é consagrado na região, e no momento da colheita desses outros produtos, no caso agora a maçã, que é a novidade da região”, avalia.
Com um mercado promissor e uma fruta adaptada ao clima da região, a produção de maçã no sul de Minas tem tudo para se expandir e oferecer uma alternativa sustentável e rentável aos agricultores, além de contribuir para o crescimento da economia regional.
*Sob supervisão de Virgínia Alves
