*Por Luana da Fonte
Doce, suculento e nutritivo, o caqui tem chamado atenção não apenas pelo sabor, mas por supostos benefícios para a pele. Máscaras faciais caseiras feitas com a fruta prometem brilho, firmeza e rejuvenescimento, mas será que essa tendência é segura e eficaz?
A dermatologista Mônica Felici Nascimento Cansian afirma que o caqui pode, sim, ter potencial benéfico para a pele: “o caqui pode trazer benefícios para a pele devido à sua composição rica em antioxidantes e compostos fenólicos. Esses nutrientes ajudam a combater os radicais livres, prevenir o envelhecimento precoce, melhorar o viço da pele e estimular a renovação celular”
Ela também destaca quais componentes fazem da fruta um possível aliado. “Os principais nutrientes do caqui que podem ajudar na saúde da pele são a vitamina C (clareadora e antioxidante), betacaroteno (renovação celular e viço), taninos (ação adstringente suave), além de flavonoides e compostos fenólicos que combatem o estresse oxidativo”, explica.
A Gabriela Nero Mitsuushi, também dermatologista, concorda com o potencial. “O caqui é rico em antioxidantes, vitaminas e compostos bioativos que podem beneficiar a pele, principalmente quando consumido regularmente”. Entre os efeitos esperados, ela destaca: “Ação antioxidante (contra radicais livres); melhora da luminosidade e uniformidade da pele; redução de inflamações; e estímulo à produção de colágeno (indiretamente, via nutrientes)”.
Mas pode passar na pele? Essa é uma das maiores dúvidas e também uma das principais fontes de divergência. Mônica aponta que o uso direto pode ser feito com cautela. “De modo geral, o uso tópico do caqui em máscaras caseiras é seguro para a maioria das pessoas, desde que feito com frutas maduras e sem outros ingredientes irritantes. No entanto, é importante realizar um teste de sensibilidade antes, aplicando uma pequena quantidade na parte interna do braço e observando por 24 horas”.
Já a Gabriela afirma que é melhor não aplicar o caqui direto na pele, “no geral, enquanto dermatologista, não recomendo aplicação de frutas e alimentos diretamente na pele. Não há estudos que suportem esse uso, não sabemos se terá absorção, se terá eficácia e muito menos se terá segurança”.
Ambas as médicas alertam para possíveis efeitos colaterais do uso tópico do caqui. “Como qualquer substância natural, o caqui pode causar reações alérgicas ou irritações, principalmente em pessoas com pele sensível ou histórico de dermatite”, alerta Mônica. Gabriela ainda reforça: “Existe risco de irritação ou alergia. Possíveis reações incluem: vermelhidão ou coceira; ardência ou ressecamento (devido aos taninos e acidez); Não recomendo a aplicação tópica da fruta diretamente na pele”.
Se aplicar diretamente pode não ser a melhor ideia, o consumo regular do caqui parece ser uma alternativa promissora. “Consumir caqui regularmente pode beneficiar a pele graças à sua riqueza em antioxidantes e vitaminas que ajudam na manutenção da saúde cutânea. A vitamina C, por exemplo, é essencial para a síntese de colágeno, enquanto o betacaroteno protege contra os danos dos raios UV”, explica a Dra. Mônica.
Gabriela complementa: “A pele reflete muito o que você consome, e o caqui é uma fonte rica de antioxidantes e vitaminas que: Combatem o envelhecimento precoce; Favorecem a produção de colágeno; Ajudam na regeneração celular; Melhoram a hidratação e elasticidade; Incluir caqui em uma alimentação equilibrada pode contribuir para uma pele mais saudável a médio e longo prazo”.
As dermatologistas reforçam que há diferenças importantes entre o consumo oral e o uso tópico da fruta. “Quando consumido, o caqui fornece nutrientes que atuam no organismo como um todo, beneficiando a pele de dentro para fora. Já a aplicação tópica pode oferecer efeitos mais pontuais e superficiais, como hidratação e luminosidade imediata. Idealmente, ambos os usos podem ser complementares”, diz Mônica.
Gabriela, por sua vez, é clara: “Sim. A via de ação é diferente. Consumo oral: Atua no corpo todo; Benefícios duradouros e sistêmicos; Estimula processos internos, como síntese de colágeno e combate ao estresse oxidativo Uso tópico: Risco de reações alérgicas e queimaduras”
O caqui é uma fruta rica em antioxidantes e vitaminas importantes para a saúde da pele. Seu consumo pode, sim, ajudar a manter a pele mais saudável, viçosa e resistente ao envelhecimento precoce. No entanto, quando o assunto é aplicar diretamente no rosto, o ideal é ter cautela e sempre consultar um dermatologista.
*Supervisionado por Patrícia Neves