*Por: Luana da Fonte
O café, um dos produtos mais consumidos no Brasil, pode ficar ainda mais caro devido a um pequeno inimigo, mas devastador: o bicho-mineiro do café, Leucoptera coffeella. Esse inseto, que impacta diretamente a produção cafeeira, encontra nas regiões quentes e secas um ambiente ideal para sua proliferação. Seu impacto na lavoura compromete a produção, a qualidade do grão e, consequentemente, o preço final da bebida.
O ciclo de vida do bicho-mineiro passa por quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto. No calor, esse processo pode se completar em apenas 15 dias, como explica o produtor de café Rafael Stefani: “A mariposa vem, pousa e deposita seus ovos que fecundam e causam lesões nas folhas. No calor, em 15 dias, ele faz o ciclo de larva e volta a colocar o ovo novamente.”
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Apesar de ser inofensivo na fase adulta, é durante a fase larval que o bicho-mineiro causa mais prejuízo aos cafeicultores. A larva se alimenta do mesófilo da folha do cafeeiro, causando minas, pequenos túneis que geram manchas marrons nas folhas. Com a infestação avançada, as folhas caem prematuramente, reduzindo a capacidade da planta de realizar a fotossíntese.
A desfolha provocada pelo bicho-mineiro afeta diretamente a produção, já que, sem folhas saudáveis, a planta perde sua capacidade de segurar a florada e o enchimento dos frutos. O resultado são grãos menores e de qualidade inferior, comprometendo a bebida e impactando o mercado. “A partir do momento que a folha se lesiona, ela vai cair, já não vai realizar os processos necessários para a planta. O café é 100% dependente das folhas”, alerta Stefani.
O avanço dessa praga representa um risco tanto para a produtividade das lavouras quanto para os preços do café, pois, com menor oferta no mercado, os valores tendem a subir. Para evitar prejuízos, os produtores precisam investir em manejo eficiente e monitoramento constante, buscando minimizar os efeitos dessa praga.
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*Sob supervisão de Marcos Felipe