*Por: Marina Fávaro
Cíntia Cantadeiro decidiu empreender ao inaugurar uma loja do tipo e-commerce de cafés especiais em Ribeirão Preto. Ela adquiriu uma propriedade localizada em Cássia dos Coqueiros, na região de Ribeirão Preto, que havia alguns pés de café abandonados e decidiu recuperar o cafezal para consumo próprio. “Fizemos a primeira colheita e descobrimos que tínhamos um café de alta pontuação. Na época, recebemos a visita de uma amiga que degustou o café, amou e quis que preparássemos 40 pacotinhos para que ela desse de presente a amigos, familiares e clientes”, disse.
A família não tem tradição com café, mas depois do incentivo da amiga, a cafeteria se consolidou na cidade. Cíntia conta, porém, que há um desafio adicional: por conta da falta de tradição cafeeira na família, aos 50 anos, sentiu a necessidade de voltar a estudar, com o objetivo de aprimorar o conhecimento. Começou a também estabelecer um relacionamento com o Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e foi selecionada para participar de uma missão internacional promovida pela entidade.
LEIA MAIS
Chuvas irregulares podem atrasar o plantio da soja em SP
“Vejo como uma oportunidade de crescimento e de conhecer uma outra cultura. A importância de participar de eventos como esse nos permite fazer conexões, crescer em experiências e obter conhecimento. Aprender nunca é demais e acredito que a missão pode agregar novos valores, principalmente porque pode nos permitir crescer no nosso negócio”, contou.
Além de Cíntia, seis outros micro e pequenos empresários da Região de Ribeirão Preto foram selecionados para participar da missão internacional. Ao todo, porém, são 20 empresários brasileiros do segmento de Alimentos e Bebidas que participarão da missão que deve acontecer entre os dias 23 e 28 de setembro, em Lima, no Peru.
Sophia Costa, que é coordenadora de Acesso a Mercado do Sebrae-SP, explica que “a missão é uma oportunidade de buscar novos conhecimentos, de acessar novos mercados, identificar fornecedores e clientes, possibilitar a aquisição de maquinário e equipamentos e, claro, negociar e vender seus produtos”.
O objetivo de missões como essa é potencializar a inserção internacional das micro e pequenas empresas paulistas e, consequentemente, torná-las mais competitivas no mercado. “Com essa ação, o Sebrae também tem o objetivo de apresentar as principais tendências e inovações para que os participantes possam melhorar os modelos de negócio e os produtos/ serviços, com foco, sobretudo, na exportação”, disse.
Após o retorno ao Brasil, a entidade acompanha as empresas por seis meses, com o objetivo de auxiliar na implementação de melhorias nos negócios. Segundo Sophia, os empreendedores selecionados passam por uma avaliação com base em critérios objetivos, como terem implementado inovações em seus produtos/serviços, terem participado ou não de ações de negócios (como é o caso de feiras) e terem consumido soluções da entidade. A partir daí são selecionados os empreendedores mais preparados e é criado um grupo, em que o relacionamento é fomentado antes mesmo da missão.
A coordenadora relata que após a missão o grupo acaba se tornando muito unido. “Muitas vezes, os participantes se desenvolvem juntos, trocam fornecedores, fazem testes em alimentos juntos, por exemplo. Isso permite com que um auxilie o outro nos desafios diários de ser pequeno empreendedor no Brasil”, pontuou a coordenadora.
ALIMENTOS E BEBIDAS
O segmento de Alimentos e Bebidas é hoje o mais representativo nos atendimentos realizados pelo Sebrae-SP. A Expo Alimentaria é uma das mais importantes feiras de alimentos e bebidas da América Latina, configurando-se como um hub de negócios na região.
Sophia esclarece que “a escolha de uma missão que contemplasse essa feira – e segmento – se deve ao fato de esta ser um ponto de encontro de empresários que atuam na distribuição, varejo, HORECA (hotelaria, restaurantes e cafeterias), além de compradores nacionais e internacionais”. Outro fator que motiva a escolha é que a maior parte das exportações de micro e pequenas empresas brasileiras é destinada à América do Sul devido a semelhanças culturais, proximidade geográfica e custos mais acessíveis.
* Sob supervisão de Virgínia Alves
LEIA TAMBÉM