*Por: Marina Fávaro
O agro está tão presente em nosso dia a dia que marca até mesmo as tradicionais festas de fim de ano. Produtos como o panetone e o vinho só chegam à nossa mesa graças ao trabalho do campo: o trigo vira farinha para os panetones, e as uvas são transformadas em vinho.
No entanto, os preços deste ano refletem desafios econômicos: segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), 15 itens típicos do período registraram um aumento médio de 7,70%.
Entre os produtos analisados pela pesquisa, o lombo de porco com osso teve a maior alta, com um aumento de 25,98%, superando até mesmo o azeite de oliva, que registrou inflação de 21,47%. O suco de laranja, o palmito e o bombom, tradicionais nas celebrações de fim de ano, também encareceram: 20,35%, 9,92% e 9,27%, respectivamente.
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Guilherme Moreira, coordenador do IPC-FIPE, explica que o aumento nos preços é um fenômeno natural devido à alta demanda típica do fim de ano. No entanto, ele destaca que, neste ano, alguns fatores específicos contribuíram para um reajuste maior do que o esperado nos alimentos tradicionais de Natal.
“Entre os principais fatores estão as questões climáticas, como a seca intensa e as queimadas, que elevaram significativamente os custos de produção, especialmente no setor de carnes”, explicou. Segundo ele, embora a tendência seja de queda nos preços após as festas, a desvalorização cambial registrada neste fim de ano pode impedir uma redução significativa, mantendo os preços em patamares elevados.
Além dos custos de produção, a logística no final do ano também impacta a elevação dos preços. Por isso, Moreira recomenda que os consumidores busquem alternativas aos itens tradicionalmente consumidos. “É interessante optar por cortes suínos mais acessíveis”, sugere.
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*Sob supervisão de Virgínia Alves