*Por: Marina Fávaro
O vazio sanitário é o período em que é proibido plantar e/ou manter plantas de soja vivas na lavoura. É uma medida fitossanitária coordenada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o objetivo de controlar a ferrugem-asiática. A ferrugem doença que é capaz de causar perdas de até 90% na produtividade se não manejada adequadamente, de acordo com o Consórcio Antiferrugem da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O vazio sanitário acontece todos os anos e, com isso, o ciclo de disseminação do fungo causador da doença, o Phakopsora pachyrhizi, é interrompido. Em nota, a Aprosoja-MG (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) explica que “esse intervalo interrompe o ciclo de vida do fungo, reduzindo sua incidência na próxima safra e diminuindo o uso de defensivos agrícolas, favorecendo, portanto, a sustentabilidade da produção”.
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Para complementar o vazio sanitário, o MAPA também estabelece o calendário de semeadura. Essa ação visa racionalizar o número de aplicação de fungicidas e reduzir os riscos de resistência às moléculas químicas utilizadas no controle das doenças, como é o caso da ferrugem-asiática. “O objetivo é sincronizar o ciclo produtivo com as condições mais adequadas para o desenvolvimento da cultura. Ou seja, há um desejo de evitar coincidir o ciclo da soja e o período mais propício à disseminação de pragas e doenças”, disse a Aprosoja-MG.
Para definir cada uma das datas, o MAPA considera as condições climáticas e as sugestões dos estados. Em São Paulo, o vazio sanitário foi de 12 de junho a 12 de setembro; já o calendário de semeadura começa hoje (13) e vai até 10 de janeiro de 2025. No estado de Minas Gerais, por sua vez, o vazio sanitário começou no dia 01 de julho e vai até o dia 30 de setembro; já o calendário de semeadura vai do dia 01 de outubro a 08 de janeiro.
As condições climáticas desfavoráveis – principalmente, em relação à falta ou irregularidade de chuvas – têm preocupado os produtores rurais de soja. A tendência para os próximos dias ainda é de tempo seco, umidade relativa do ar baixa e temperaturas elevadas, mantendo o solo longe das condições ideais para o início do plantio.
“O atraso na semeadura pode impactar negativamente a safra 2024/25, pois pode encurtar o ciclo de desenvolvimento da cultura, resultando em menor janela para o plantio do milho safrinha (segunda safra) e reduzindo o potencial produtivo da soja, além de aumentar o risco de exposição a pragas e doenças”, concluiu a Aprosoja-MG.
*Sob supervisão de Virgínia Alves
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