Depois de mais de vinte anos cobrindo videogames, é raro um título me surpreender de verdade, mas SWAPMEAT, novo roguelite cooperativo da One More Game, conseguiu.
Desde o primeiro minuto, o jogo me deixou intrigado com sua mistura de ação frenética, humor grotesco e criatividade visual.
A mecânica é simples e brutal: você derrota inimigos, arranca partes deles e as enxerta em seu próprio corpo, ganhando novas habilidades. Cabeças, pernas, braços, tudo pode ser trocado.
O resultado é uma experiência imprevisível e deliciosamente caótica.
A cada batalha, meu personagem se transformava em uma aberração viva, meio carne, meio máquina, com poderes cada vez mais absurdos.
Essa constante sensação de mudança é viciante e faz de SWAPMEAT um dos jogos mais refrescantes de 2025 até agora.
Jogabilidade e co-op
O modo cooperativo é, sem dúvida, o ponto alto da experiência. SWAPMEAT pode ser jogado sozinho, mas é em modo co-op de até quatro jogadores que ele atinge o auge do entretenimento.
Cada partida vira um espetáculo de caos sincronizado, com jogadores trocando partes do corpo no meio das batalhas e testando combinações bizarras.
No entanto, a interface ainda é confusa em alguns pontos.
Trocar partes, gerenciar armas e acompanhar objetivos simultaneamente exige mais clareza visual.
O balanceamento também precisa de ajustes: algumas combinações tornam o jogador quase invencível, enquanto outras parecem inúteis.
Mesmo assim, há algo incrivelmente satisfatório em vencer o caos.
O sistema de progressão, aliado à aleatoriedade típica dos roguelites, mantém o jogo fresco a cada nova rodada.
Gráficos, som e desempenho
Visualmente, SWAPMEAT é um espetáculo grotesco e belo ao mesmo tempo.
Os cenários alienígenas, as partículas luminosas e os efeitos exagerados criam uma atmosfera psicodélica e intensa.
O jogo não busca realismo, ele abraça o exagero, e isso o torna memorável.
As animações de chefes e inimigos principais são excelentes, mas algumas criaturas menores carecem de polimento.
O mesmo vale para o áudio: os tiros e explosões poderiam ter um pouco mais de “peso”. Ainda assim, o conjunto visual impressiona, especialmente considerando o tamanho da equipe de desenvolvimento.
No PC, é altamente recomendável desativar sombras dinâmicas em máquinas mais modestas.
Lançamento
SWAPMEAT foi lançado em acesso antecipado em 21 de outubro de 2025, e está disponível para PC (Windows e macOS) via Steam.
O estúdio também planeja versões otimizadas para Linux e Steam Deck no futuro.
Os requisitos mínimos são modestos: processador i5 de 7ª geração, 4 GB de RAM e uma GTX 960.
Em meus testes com uma RTX 4070 e 64 GB de RAM, o jogo rodou com fluidez na maior parte do tempo, apresentando apenas pequenas quedas de FPS em momentos de intensa ação.
O título usa um motor gráfico que aposta na performance equilibrada e em efeitos de partículas intensos.
Mesmo sendo um jogo indie, entrega visuais vibrantes e uma identidade artística marcante, que eu definiria como uma mistura de Borderlands com DOOM Eternal, mas com personalidade própria.
Gameplay
Confira o vídeo gameplay com o início de SWAPMEAT, no PC:
Conclusão
SWAPMEAT é uma grata surpresa. Um jogo ousado, original e, acima de tudo, divertido.
Ele não tem medo de ser feio, grotesco ou exagerado e é justamente isso que o torna especial.
O co-op é hilário, a jogabilidade é viciante e a mecânica de troca de partes é uma das ideias mais criativas que já vi em anos recentes.
Claro, há o que melhorar: interface, balanceamento e polimento gráfico ainda pedem atenção. Mas o potencial é gigantesco.
A tradução para português do Brasil também precisa ser aprimorada, pois notei alguns menus com textos ainda em inglês.
Se o estúdio continuar ouvindo a comunidade e refinando o jogo, há uma boa chance de SWAPMEAT se tornar um clássico cult moderno entre os fãs de roguelites e cooperativos.
Para quem busca diversão insana e multiplayer criativo no PC, este é um título que merece estar na sua biblioteca.