14 de dezembro de 2024
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Alunos do CeMEAR aprendem artes marciais no contraturno escolar

Práticas como Jiu-Jitsu e Boxe ensinam crianças e jovens de São Carlos que a luta é um esporte e não uma forma de resolver conflitos

Para os praticantes de lutas marciais, o tatame é um espaço de disciplina, concentração, técnica e respeito. Ao contrário do que muitos pensam, as modalidades esportivas guiadas pelo confronto não têm a ver com violência, mas com desenvolvimento físico e mental motivo pelo qual algumas perspectivam as veem como uma arte. É com esse entendimento que projeto CeMEAR (Centro Municipal de Extensão e Atividades Recreativas), oferece aulas de Jiu-Jitsu, Boxe e Kickboxing a crianças e jovens de São Carlos (SP). 

Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação

  

Gratuitas e oferecidas no contraturno escolar, as aulas de luta, desde que o projeto teve início, em 2018, vêm transformando a percepção de meninos e meninas sobre o enfrentamento e a resolução de conflitos, relata o supervisor do projeto e professor de Educação Infantil, Paulo Vinicius Pereira da Silva. “Existe um problema comportamental recorrente em relação à agressividade quando eles chegam. Especialmente no começo da adolescência, o impulso é resolver as coisas com ofensas e agressões. Então, ensinamos que a luta é um esporte, não uma forma de resolver diferenças. Para o lutador, o tatame é um lugar sagrado. E quando eles aprendem isso, o comportamento agressivo fora da sala também diminui”. 

As práticas, que acontecem na sede do CeMEAR, no Jardim Gonzaga, atendem a estudantes de 6 a 16 anos da rede municipal. Durante as aulas, ou melhor, nos treinos, talentos ainda encontram o ambiente para despontar, já que a evolução individual reforça a autoestima e a própria disciplina no esporte. “É preciso respeitar as regras e honrar o quimono para não ficar de fora”, explica o supervisor, que incentiva as turmas a participarem de competições fora do CeMEAR. 

Quanto à importância de projetos como esse, ele ressalta o impacto de atividades culturais e da interação no desenvolvimento pessoal de jovens da região periférica de São Carlos. “Muitas crianças vêm de famílias desestruturadas, têm pais em detenção, mães se desdobrando para trabalhar e cuidar da casa. Fora da escola, não há outros estímulos e eles ficam o tempo ocioso na rua. A agressividade geralmente é uma resposta à falta de estrutura, dentro e fora de casa”, avalia.

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