O sol estava baixo quando iniciei minha primeira corrida pelas ruas destruídas de Dying Light The Beast.
O vento assobiava entre prédios quebrados, e senti aquele arrepio familiar, o mesmo que experimentei no primeiro jogo da série.
Desde o começo ficou claro que a Techland preparou algo maior, mais agressivo e visceral.
A sensação de estar em perigo constante voltou com força, mas agora parecia mais real do que nunca.
Já havia jogado Dying Light (2015) e Dying Light 2: Stay Human (2022), então conheço bem os horrores que a noite traz.
No entanto, The Beast me surpreendeu logo nos minutos iniciais.
Há uma brutalidade maior nos inimigos, e as sombras se tornaram mais opressivas.
Dessa vez, senti que a cidade respira medo, como se cada beco escondesse uma emboscada pronta para me engolir.
O novo enredo aprofunda a ideia de sobrevivência em um mundo partido.
A história gira em torno de um protagonista forçado a enfrentar não apenas a ameaça dos infectados, mas também uma criatura lendária chamada “A Besta”.
A presença dela é constante e sufocante, quase como uma sombra invisível que persegue cada decisão.
O jogo foi anunciado em 2024 e, desde então, as expectativas cresceram entre os fãs. Agora, com minhas horas de jogatina, percebo que o hype tem justificativa.
As primeiras horas foram um misto de nostalgia e choque. Reconheci mecânicas que tanto gostei nos anteriores, como o parkour fluido e a tensão da noite, mas percebi também ajustes técnicos claros.
A iluminação é mais detalhada, o combate mais pesado, e a IA dos inimigos humanos finalmente mostra inteligência convincente.

Um mundo que nunca descansa
Correr pelo mapa de The Beast me deu a sensação de estar em um organismo vivo.
A cidade nunca para, e as ameaças estão sempre próximas. Dessa vez, a verticalidade ficou ainda mais importante.
Escalar prédios altos traz vantagens estratégicas, mas também risco, já que inimigos mais ágeis podem alcançar o jogador em lugares que antes seriam seguros.
O combate é brutal e exige cuidado. A sensação de impacto ao golpear um inimigo com um cano ou facão foi intensificada.
Armas improvisadas continuam sendo a alma da experiência, mas percebi que a durabilidade delas ficou mais equilibrada.
Não se quebram rápido demais, mas também não dão conforto eterno. Isso aumenta a sensação de escassez e valoriza cada recurso encontrado.
A parte noturna permanece sendo o coração pulsante do jogo. Quando o sol se põe, a cidade se transforma em algo completamente diferente. Durante minhas sessões, fiquei preso em um prédio em colapso, ouvindo rugidos ecoando lá fora.
Foi um dos momentos mais tensos que já vivi na série. A sensação de vulnerabilidade é real e, ao mesmo tempo, viciante.
A história também conseguiu me segurar. Diferente dos anteriores, onde a ameaça era difusa, aqui há uma criatura central que guia o medo.
A Besta não aparece o tempo todo, mas a expectativa da sua chegada cria um suspense constante. É quase como se o jogo estivesse me testando a cada passo.
Um salto técnico impressionante
Tecnicamente, Dying Light The Beast mostra a evolução da Techland. O jogo está mais bonito, mas também mais otimizado.
Rodando no PC, senti fluidez mesmo em momentos com dezenas de inimigos na tela. A engine foi aprimorada, e os efeitos de luz e sombra ajudam a intensificar o clima.
Outro detalhe importante é que o jogo conta com legendas em português do Brasil e também dublagem completa no nosso idioma.
Isso torna a imersão ainda mais profunda. A interpretação dos dubladores transmite emoção real, algo que muitas vezes se perde em traduções apressadas.
Joguei por várias horas, e cada sessão trouxe algo novo. Pequenas missões paralelas se conectam bem com a narrativa principal, e percebi um cuidado maior no design dos cenários.
Há mais detalhes escondidos, e explorar cada canto rende recompensas interessantes.
Os sons também merecem destaque. O ranger de uma porta, o grito de um infectado distante ou até o silêncio pesado criam uma trilha de tensão constante.
O áudio 3D faz diferença real, especialmente em momentos de fuga.
A experiência pessoal que ficou
A cada passo, senti uma mistura de medo e empolgação. O jogo consegue equilibrar ação frenética com pausas de silêncio que incomodam.
Em certos momentos, precisei simplesmente parar e observar o horizonte destruído, tentando controlar a ansiedade antes de avançar.
Os pontos positivos são claros: combate aprimorado, enredo envolvente, gráficos convincentes e dublagem competente em português do Brasil.
Os negativos existem, como alguns bugs de colisão que encontrei durante o parkour, mas nada que quebre a imersão.
A sensação de sobrevivência continua sendo a essência, e dessa vez parece ainda mais implacável.
Minha conexão com a franquia pesou nessa experiência. Já tinha memórias fortes dos títulos anteriores, mas The Beast conseguiu renová-las.
É uma evolução natural, que respeita o legado e ainda ousa arriscar.
O jogo foi lançado para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Depois dessas sessões, fica claro para mim que Dying Light The Beast pode ser o capítulo mais intenso da série. E talvez o mais assustador também.
Gameplay
Confira o início de Dying Light: The Best, no PC: