A produção de motos no Brasil teve em 2022 o maior volume, refletindo a expansão dos serviços de entrega (delivery) e a preferência do consumidor por veículos mais baratos e econômicos. No total, 1,41 milhão de motocicletas foram fabricadas no ano passado, o que representa um crescimento de 18,2% sobre 2021.
Desde 2014, quando o setor produziu mais de 1,5 milhão de motos, não se registrava número tão alto. Os brasileiros compraram 1,36 milhão de motos no ano passado, um crescimento de 17,7%, enquanto as exportações do produto subiram 3,5%, para 55,3 mil unidades.
Os números foram divulgados pela Abraciclo, associação que representa os fabricantes de motos do polo industrial de Manaus (AM), onde está concentrada a fabricação do veículo de duas rodas.
Junto com o balanço final de 2022, a entidade divulgou a previsão de crescimento de 9,7% da produção em 2023, com alta de 9,4% das vendas e de 6,7% dos embarques. Se o prognóstico se confirmar, o ano terminará com 1,55 milhão de motos produzidas, o que significa retomar o patamar de nove anos atrás.
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Apesar da alta dos juros e das incertezas tanto da economia global quanto da política econômica do novo governo, a Abraciclo manifestou otimismo com a continuidade do crescimento do delivery e a atratividade das motos, um veículo mais econômico, diante da possibilidade de reoneração dos combustíveis.
Segundo a entidade, o Brasil é o sétimo maior produtor de motos do mundo – atrás de China, líder no ranking global, Índia, Indonésia, Vietnã, Tailândia e Filipinas -, com potencial de voltar a ser um dos cinco maiores nos próximos anos.
“O ritmo de produção cresceu mês a mês para atender ao consumidor que passou a utilizar a motocicleta como instrumento de trabalho, evitar a aglomeração no transporte público ou ter maior agilidade e mobilidade nos centros urbanos”, afirmou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, ao comentar os resultados do ano passado em coletiva de imprensa.
O executivo disse que, apesar do esforço significativo da indústria para atender os consumidores, a oferta segue abaixo da demanda.
Só em dezembro, a produção somou 85,1 mil motos, 11,4% acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, porém com queda de 34,1% frente a novembro, em razão das férias coletivas de fim de ano nas montadoras.
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