Praticamente todos os anos, o primeiro bimestre tem as piores médias de vendas de veículos no ano, por conta de paradas nas fábricas, feriados, férias escolares e um natural desaquecimento após a alta que geralmente ocorre em dezembro. Porém, este ano, o mês de janeiro foi um dos piores da indústria automotiva nacional.
Segundo levantamento da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a produção de 145,4 mil unidades foi 27,4% inferior à de janeiro de 2021. Como no ano passado, o mês foi mais curto na prática, com média de 17 dias úteis, se levadas em conta as férias coletivas prolongadas em boa parte das fábricas. A diferença neste ano foi uma mistura da já conhecida escassez de componentes eletrônicos com os impactos da variante ômicron sobre a força de trabalho.
As associadas da Anfavea reportaram índices sem precedentes de absenteísmo, por conta de afastamentos de funcionários por covid-19 ou por suspeita da infecção.
As vendas internas também sofreram as consequências da falta de oferta e de problemas no varejo. No total, 126,5 mil autoveículos foram emplacados, um recuo de 26,1% sobre janeiro do ano anterior. Outros países afetados pela variante ômicron tiveram quedas parecidas com a nossa, próximas de 20%.
As exportações foram menos prejudicadas por essas atribulações excepcionais do mês de janeiro. Ao todo, 27,6 mil unidades foram embarcadas, o que representou um crescimento de 6,6% em relação a janeiro de 2021. Estoques e nível de emprego mantiveram patamares muito semelhantes aos de dezembro.