Após quatro anos de espera, Chico Buarque recebe o Prêmio Camões nesta segunda-feira (24), às 16h, no Palácio Nacional de Queluz, em Sintra. O cantor e compositor venceu a mais importante honra concedida a escritores de língua portuguesa, em 2019, mas esperava pela assinatura do documento do presidente do Brasil, que na época era Jair Bolsonaro.
Após o anúncio da vitória, o ex-presidente se recusou a cumprir o rito que a premiação exige, reconhecendo o mérito de Buarque. Em tom irônico, o ex-presidente afirmou que entregaria o prêmio ao cantor “até 31 de dezembro de 2026”, em uma referência a um possível segundo mandato. Por sua vez, Chico Buarque respondeu em seu perfil em uma rede social que “a não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo Prêmio Camões”. O artista é apoiador do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
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Em visita oficial a Portugal, primeira viagem à Europa da comitiva da Presidência da República, a Ministra da Cultura Margareth Menezes acompanha o presidente Lula na agenda que promete firmar acordos para o fomento da cultura, como um tratado de cooperação para o fomento à coprodução cinematográfica e o retorno do Brasil ao Programa CPLP Audiovisual.
Entre outros acordos bilaterais, Margareth Menezes ressaltou a importância de mais esse reconhecimento para a obra do artista, autor de livros como Leite Derramado e Budapeste. “Essa entrega é simbólica porque representa a vitória da democracia. Chico Buarque é um artista de uma envergadura tremenda, pela história, por tudo que já produziu, tanto na música, quanto na literatura. Ser testemunha, participar enquanto ministra desse momento depois de sofrermos uma tentativa de golpe recente no Brasil e do desmonte da cultura nesses últimos quatro anos, é motivo de festa”, afirmou a Ministra em comunicado.
“É uma conquista extremamente forte e representa uma espécie de Nobel da língua portuguesa não só por todos aqueles que receberam África, os países africanos, Brasil e Portugal, mas também pela alta qualidade de seus jurados. Portanto, o Prêmio Camões é uma proposta que avança além das fronteiras e, no fundo, a partir da literatura promove a cultura do diálogo e da paz “, ressaltou em comunicado Marco Lucchesi, presidente da Biblioteca Nacional. (Com informações da Agência Estado)
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