Jerry Lee Lewis, um dos pioneiros do rock’n roll americano dos anos 1950, morreu nesta sexta-feira (28), aos 87 anos. A informação foi confirmada por seus agentes à agência de notícias AFP. Ele era conhecido por ser difícil de se lidar, por fazer shows cada vez mais curtos e por, um dia, ter incendiado o piano.
Jerry Lee Lewis foi uma das expressões mais explosivas que o rock and roll de sua fase de ouro produziu. De Ferriday, nos territórios sulistas da Luisiana, Jerry Lee mostrava ser um ás ao piano desde que aprendera com os garotos negros a fazer os movimentos de um boogie woogie nas teclas. A família era pobre, não havia condições para luxos como um piano, mas os pais resolveram apostar ao perceberem a euforia do garoto e resolveram hipotecar a própria casa para comprar um instrumento
Quem o veria depois não poderia acreditar que Lewis cresceu nos bancos de uma igreja pentecostal. Por pouco tempo, mas cresceu. Aprendia a palavra de Deus com certa dedicação até o dia em que percebeu que a música gospel era prima do blues, uma união quase impensável já que a primeira era para Deus e a segunda, principalmente segundo as histórias contatadas desde o início do século 20 por quem havia conhecido Robert Johnson de perto, era para o Cramulhão.
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No ano de 1950, a convivência entre o bem e o mal se tornou incompatível para a Southwestern Bible Institute do Texas e o garoto Lee Lewis foi expulso por “más condutas”. E tocar rock and roll em vez de entoar os cânticos sagrados estava entre elas
Ele estava lá quando tudo começou. Em 1954, ano que muitos biógrafos apontam como a data de nascimento do próprio rock and roll, Lee gravou sua primeira música e ingressou rapidamente na cena que se tornaria a primeira geração do gênero. Pelas mãos de um ousado engenheiro de som, Jack Clement, Lewis fez uma gravação pelo selo de Sam Phillips, o Sun Records. Detalhe: Sum estava viajando e só iria descobrir isso quando voltasse. Ali, entrava para o time de Elvis Presley, Roy Orbison, Carl Perkins e Johnny Cash, todos começando juntos. Seus sucessos começaram então a viajar pelo mundo. Whole Lotta Shakin’ Goin’ On veio em 1957. Great Balls Of Fire, logo depois.
A vida de Lewis, ao mesmo tempo em que tudo dava certo dentro dos estúdios, parecia querer escrever um roteiro dramático para o cinema. Seu maior segredo guardado desde que o sucesso era descoberto como o estourou como uma bomba. A imprensa revelava que Lewis, então com 23 anos, havia se casado com uma prima de segundo grau de 13 anos, Myra Gale Brown. Isso tudo durante uma turnê pelo Reino Unido. Depois do terceiro show, o músico voltou para casa. E nunca mais teve paz.
O álbum Live At The Star Club, Hamburg (de 1964), veio para restabelecer um pouco da honra de Lewis e acabou se tornando um dos melhores discos de rock da época. Mas Lewis perdia território e chegou a migrar para o country em busca de um novo público. A grande fase do tornado do piano nunca mais seria como antes do Reino Unido. Pélas décadas seguintes, ele apenas conseguiria reproduzir o que fez em seus poucos anos de genialidade.
Um filme sobre o músico, Jerry Lee Lewis: Trouble in Mind (Jerry Lee Lewis: Mente Perturbada), feito por Ethan Coen e Tricia Cooke, estreou este ano no Festival de Cannes.
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