*Por Thiago de Souza
O prédio em que hoje funciona o Museu do Ipiranga, na capital paulista, foi construído entre os anos de 1885 e 1890, mas passou a ser museu apenas em 1894 e, inicialmente, foi batizado como “Museu Paulista” e essa é uma marca indelével do local.
Muitos historiadores dizem que o lugar tem mais a ver com São Paulo do que com o Brasil todo. “Independente” é inegável que, geograficamente, é difícil encontrar um lugar que envolva tanto o grito da Independência do que aquela região do bairro do Ipiranga, que para mim é um dos lugares mais lindos de São Paulo.
Vale lembrar que as imediações do museusão adornadas pelo jardim francês, a casa do grito (que é o suposto lugar onde Dom Pedro deu o brado da Independência) e a cripta imperial, que guarda os corpos de Dom Pedro I e suas esposas, as Imperatrizes Leopoldina e Amélia.
Mas vamos falar de coisa boa, vamos falar de mistérios e assombrações!
Fantasmas Reais
Há quem diga que Dom Pedro I, às vezes, aparece por lá, em busca de seu coração que, para quem não sabe, é mantido em Portugal, longe de seu “corpitcho”.
Leopoldina também é uma fantasma conhecida, mas em outro monumento, o Palácio São Cristóvão, no Rio de Janeiro, que virou o Museu Nacional, tomado por chamas em 2018.
Aliás, embora o Museu do Ipiranga estivesse fechado desde 2013 para reparos paliativos, é difícil dissociar as obras de restauro do museu paulista, iniciadas em 2019, à tragédia no museu carioca, em 2018. O incêndio foi, sim, um alerta, que se somou às comemorações do bicentenário da Independência.
Todas essas datas e acontecimentos estão imediatamente ligadas aos fatos sobrenaturais que ocorreram nas reformas do Museu do Ipiranga, que já vivia as vezes com vultos, portas que abrem e fecham e luzes que acendem e apagam sem ação humana.
O fantasma da foto
Durante o preparo da reforma, fotógrafos foram contratados para retratarem os cômodos da edificação, para que se mantivesse o design original do interior do prédio.
Fato é que, um desses fotógrafos registrou uma forma espectral durante sua sessão de fotos. A figura fantasmagórica, vestida de branco, está de lado, olhando para o fotógrafo, como se estivesse se deslocando entre dimensões, o que se denota por sua perna disforme.
É desnecessário dizer que essa figura era totalmente estranha aos profissionais que se dedicavam ao restauro do Museu.
Além dessa história, outro acontecimento misterioso ganhou as manchetes de jornais do Brasil inteiro.
O chinelo
Quando da retirada de um assoalho que, segundo especialistas, jamais havia sido removido, foi encontrado um pé de chinelo.
Mas, não era apenas um antigo pé de chinelo, era um pé de chinelo com a haste central presa por um preguinho.
Ninguém conseguia explicar o ocorrido, senão por teorias que inevitavelmente acessavam à hipótese de um fantasma ou um viajante no tempo, ter perdido um pé de sandália em uma translocação entre dimensões.
A resposta aos mistérios nunca se revelaram, mas, fica o alerta: se visitarem o Museu do Ipiranga e se depararem com uma figura usando apenas um pé de chinelo, é melhor correr.
Quem é Thiago de Souza
Thiago de Souza é compositor, roteirista e humorista, fundador do grupo “Os Marcheiros” e idealizador do projeto “O que te Assombra?”. Ele também é o criador do programa de políticas públicas para preservação de patrimônio material e imaterial chamado “saudade e suas vozes” já implementado nas Cidades de Campinas e Piracicaba.