Zé Celso Martinez Corrêa morreu na manhã desta quinta-feira (6), aos 86 anos de idade, em São Paulo. Ator, diretor e dramaturgo, ele ficou conhecido como um dos maiores nomes do teatro brasileiro por ter um estilo marcado por experimentações, provocando atores e público, a partir da realidade política e cultural do país em determinado contexto.
A carreira de Zé Celso começou no final da década de 1950, quando realizou duas peças de sua autoria: “Vento Forte para Papagaio Subir” e “A Incubadeira”. Também foi nessa época que ele participou da idealização do Grupo de Teatro Amador Oficina, quando ainda era estudante da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Mais tarde, o grupo daria origem ao conhecido Teatro Oficina.
LEIA TAMBÉM
Zé Celso Martinez Corrêa morre aos 86 anos de idade
Zé Celso e Silvio Santos: entenda a briga dos rivais
O seu destaque na dramaturgia veio principalmente por conta de suas criações coletivas. Em 1964, ele levou ao palco a peça “Andorra”, responsável por marcar a transição do realismo para um teatro com uma postura mais crítica. Pouco depois, ao voltar de uma viagem na Europa, ele trouxe referências do teatro épico do alemão Bertolt Brecht para os palcos do Oficina.
Zé Celso também foi o responsável por dirigir o histórico espetáculo “Roda Viva”, de Chico Buarque, no Rio de Janeiro, em 1968. Na apresentação, a plateia era incitada diretamente pelos atores, o que acabou se tornando uma marca dos trabalhos do diretor. O ato foi evidenciado por desafiar a repressão da ditadura militar na época.
A iniciativa do dramaturgo em modificar a relação entre o palco e a plateia nas suas encenações chegou a virar um movimento chamado de te-ato. Com isso, sua carreira ficou muito caracterizada por projetos sensoriais, que incentivavam o improviso dos atores, colocando o público numa posição secundária e de importância dentro da apresentação.
LEIA MAIS
Reforma tributária: relator zera alíquota de imposto sobre a cesta básica