A atriz Zezeh Barbosa, de 60 anos, é uma figura carimbada na TV Globo, principalmente pelos diversos papéis de sucesso na emissora. A intérprete de Gláucia Corneteira, de “Fuzuê” (EPTV/TV Globo), já passou por diversas dificuldades na televisão, principalmente por causa do racismo.
Zezeh já deu vida a socialites em novelas como “Aquele Beijo”, de 2011, mas nem sempre foi assim. A atriz contou, em entrevista ao “Encontro” (EPTV/TV Globo) em 2020, que lutou pra conseguir se desvencilhar de estereótipos preconceituosos no mundo artístico e que recebeu uma proposta para interpretar todas as empregadas domésticas, em todos os espetáculos, quando fazia faculdade na Escola de Artes Dramáticas da USP.
“Eu lembro que a primeira proposta do diretor da escola foi que eu fizesse todas as empregadas domésticas de todos os espetáculos. Fiz um espetáculo e acabei passando mal, porque eu acho que eu sempre tive noção de que somos iguais, e eu não vou fazer uma escola de teatro pra ser empregada doméstica o resto da minha vida”, contou.
“Eu sempre quis ser atriz, comecei a fazer cursos, estudar, com uns 9 anos de idade, e eu sofri muito preconceito, sim. De uma família muito pobre, minha mãe parteira, meu pai serralheiro, 13 irmãos. E aí, com muito esforço e muita vontade, consegui entrar na Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo. E lá, a escola é sensacional, mas também tinha 22 anos que não entrava nenhum aluno negro. E eu pra ganhar uma grana, pra poder comprar os livros, tirar xerox que eu precisava, fui trabalhar também na cantina, que eu ganhava um dinheirinho“, falou Zezeh.
Atualmente, Zezeh Barbosa vive Gláucia, em “Fuzuê” (EPTV/TV Globo), uma defensora da moral e dos bons costumes, que acaba levando o rótulo de fofoqueira do bairro pelos vizinhos.
“Eu adoro fazer ela. Ela vende bolinhos de tutu, mas é uma desculpa também para saber tudo que acontece no bairro. Ela é moralista, é ex-presidente da associação dos moradores, tudo isso para ela tem um peso muito grande, é uma personagem moralista, meio louca, que toma Catuaba escondido e ataca os homens depois”, disse ela em entrevista para a revista “Caras”.
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A atriz também está em “Todas as Flores”, produção original do Globoplay, que é exibida pela EPTV/TV Globo.
“Acho que qualquer ator gosta de mostrar duas atuações ao mesmo tempo, graças a Deus Todas as Flores fez sucesso também. Eu fiquei muito feliz, acho incrível. Tô esperando para ver, mas o coração fica disparado”, confessa.
Zezeh pontua as diferenças entre as duas personagens que estão no ar paralelamente. “Darci era muito sofrida porque só tinha filha piranha, mas acho que ela tinha mais coração. A Gláucia vende tutu, quem aparecer ela agarra, faz fofoca. A Gláucia é mais popular e mais leve. Acho que a Darci era mais mãe”, diz.