O ano de 1978 foi especial para o futebol de Campinas. Guarani e Ponte Preta estavam no auge e eram celeiros de craques. Com nomes que se consagraram, o time bugrino conquistou naquela temporada o seu principal título: o Brasileirão, superando os grandes do Brasil. A Macaca, por outro lado, acabou ficando com o vice-campeonato paulista, deixando escapar a tão sonhada conquista por detalhe.
O sucesso dos times foi tanto que a Revista Placar em uma ação formou uma seleção com jogadores de ambos os clubes. Aquela equipe ganhou o nome de Campinas FC. Foram escolhidos seis atletas da Ponte Preta e cinco do Guarani. A escalação era: Carlos; Mauro, Polozzi, Oscar e Odirlei; Zé Carlos, Renato Pé Murcho e Zenon; Lúcio Bala, Careca e Tuta.
Os jogadores chegaram a se reunir, cada um com seu devido uniforme, e posaram para fotos. Apesar da equipe contar com grandes jogadores e chamar a atenção de muita gente, vários craques ficaram de fora da lista, a exemplo de Dicá, conhecido como o maior da história da Ponte Preta, além de Capitão e Bozó, dois ídolos do Guarani.
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A Revista Placar chegou a repetir a fusão em 1981 e também fez uma versão com os times de Caxias do Sul, em 2001, com jogadores do Juventude (campeão gaúcho de 1998 e da Copa do Brasil de 1999, e Caxias, que conquistou o título Gaúcho em 2000. No entanto, não tiveram o mesmo apelo do Campinas FC de 78.
Abaixo um pouco mais dos jogadores que formaram o Campinas FC:
Goleiro: Carlos (Ponte Preta) – Carlos viveu o auge da Ponte Preta, que foi vice-campeã paulista com o goleiro em três oportunidades (1977, 1979 e 1981). Defendeu também a Seleção Brasileira em três Copas do Mundo.
Lateral-direito: Mauro Cabeção (Guarani) – Viveu o melhor momento da carreira no Guarani, onde passou boa parte de sua carreira. Chegou a jogar por Portuguesa, Santos, Grêmio e Cruzeiro. Teve passagens pelas categorias de base da Seleção. Foi assassinado em 2004.
Zagueiro: Polozzi (Ponte Preta) – Fez ótima dupla defensiva na Ponte Preta com Oscar. As boas atuações o levaram para a Copa do Mundo de 1978. Defendeu também o Palmeiras e outros clubes do interior paulista. Virou treinador, mas não teve tanto sucesso.
Zagueiro: Oscar (Ponte Preta) – Marcou época na Ponte Preta e no São Paulo. No clube da capital, conquistou inúmeros títulos, dentre eles, quatro paulistas e um brasileiro. Assim como Polozzi, também esteve na Copa de 78, virou treinador e idealizou o Brasilis, clube da cidade de Águas de Lindóia.
Lateral-esquerdo: Odirlei (Ponte Preta) – Foi um dos destaques da Ponte na vitória sobre o Guarani na final do primeiro turno do Paulistão de 78. Além da Macaca, jogou muita bola na Portuguesa.
Volante: Zé Carlos (Guarani) – É visto por muitos como o responsável por ajustar o meio de campo e dar suporte defensivo ao Guarani campeão brasileiro. No Cruzeiro, venceu dez campeonatos mineiros e levantou a Taça Libertadores da América.
Meia: Renato Pé Murcho (Guarani) – Ganhou o apelido de “Pé Murcho” por ter um chute supostamente fraco, mas foi um dos artilheiros do Guarani na conquista do Campeonato Brasileiro. Chegou a jogar também na Ponte Preta, além de passar por São Paulo, Atlético-MG, Botafogo e até mesmo na Seleção Brasileira.
Meia: Zenon (Guarani) – Foi o maestro do time bugrino. Destacou-se pela categoria e por ser um exímio cobrador de faltas. É um dos maiores ídolos da história do Guarani e também tem participação importante no Corinthians, onde fez parte da “Democracia corintiana”.
Atacante: Lúcio Bala (Ponte Preta) – Apareceu nacionalmente com a camisa da Ponte Preta, mas chegou a atuar no Guarani logo depois. Defendeu também o Flamengo, mas não com o mesmo sucesso dos tempos de Macaca.
Atacante: Careca (Guarani) – Artilheiro nato. Fez sucesso por onde passou, principalmente no Guarani, São Paulo e Napoli. Tem inúmeros títulos no currículo e participou da Copa do Mundo de 1986.
Atacante: Tuta (Ponte Preta) – Irmão do famoso Zé Maria, jogou pelo Corinthians antes de viver o auge na Ponte Preta. Após se aposentar, passou a revelar jogadores.
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