11 de dezembro de 2024
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Dérbi Campineiro

Jogo entre Gurani e Ponte já teve W.O. e denúncia de rapto de árbitro

Após deixar o campo e não retornar para o segundo tempo, a Ponte Preta acabou perdendo por W.O. Mais tarde, o Guarani viria a se tornar campeão do torneio, enquanto o clube alvinegro ficou com o segundo lugar

No dia 18 de agosto de 1946, no Pastinho, o Guarani venceu a Ponte Preta por W.O, válido pelo primeiro turno do Campeonato Campineiro. Indignado com a atuação do árbitro Aldo Bernardi, o time alvinegro deixou o campo no meio do duelo a pedido do técnico José Agnelli. A reclamação se deu por causa dos dois gols marcados por Otávio ainda no primeiro tempo. 

A Ponte Preta considerou que o jogador estava em posição irregular, mas o árbitro Aldo Bernardi validou ambos os lances. O Guarani vencia por 3 a 0 quando a equipe alvinegra se retirou do gramado. O outro gol foi marcado por Zuza. 

Após deixar o campo e não retornar para o segundo tempo, a Ponte Preta acabou perdendo por W.O. Mais tarde, o Guarani viria a se tornar campeão do torneio, enquanto o clube alvinegro ficou com o segundo lugar.  
 
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O clássico de 1946 não acabou após o apito final. Foram registradas inúmeras confusões nas ruas de Campinas. Além disso, há relatos de que o árbitro Aldo Bernardi chegou a ser raptado e levado para uma das sedes da Ponte Preta. Segundo a pesquisa do historiador Sérgio Rossi, que recebeu depoimentos do terceiro vice-presidente da Ponte Preta de 1946, Otávio César, no dia seguinte ao dérbi, alguns torcedores foram até São Paulo, na casa do juiz, com a intenção de fazê-lo confessar que teria beneficiado o Guarani no dérbi vencido por W.O. 

Ao chegar ao endereço do árbitro, os torcedores falaram que precisavam dele para ganhar uma partida importante. Bernardi aceitou sair com eles e, segundo o historiador, teria dado como exemplo o dérbi campineiro, dizendo que foi abordado no trem, a caminho de Campinas, e subornado por dirigentes do Guarani. 

Após a suposta confissão, os “raptores” revelaram que eram torcedores da Ponte Preta e o levaram até a sede do clube, localizada na Rua Barão de Jaguara. Tremendo, o árbitro recebeu permissão para ligar para seus familiares, que rapidamente acionaram a Federação Paulista de Futebol (FPF) e a polícia.
 
O caso chegou à Justiça, mas ninguém foi preso. O árbitro Aldo Bernardi negou tudo ao delegado de polícia e a membros da FPF, e afirmou ter sido forçado a ir para Campinas. Por causa disso, o resultado do jogo acabou não sendo alterado. Também não houve feridos. Os torcedores, no entanto, ganharam a alcunha de “gangue campineira”. 
 
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Luciana Félix
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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