14 de dezembro de 2024
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1º hit musical criado por IA e provoca polêmica na indústria da música

A canção"Heart on my sleeve", que bombou nas redes, apresenta vozes falsas dos artistas, The Weeknd e Drake

 

O hit musical produzido por inteligência artificial no mês passado tem causado um grande alvoroço na indústria da música, incomodando os gigantes do ramo. A faixa intitulada “Heart on my sleeve”, que bombou nas redes, apresenta vozes falsas dos artistas, The Weeknd e Drake.

A música traz a voz dos cantores falando sobre Selena Gomez, com quem The Weeknd teve um relacionamento amoroso. A letra contém versos que sugerem uma possível traição por parte da cantora antes do término do casal.

Embora parecesse ser o sonhado dueto capaz de liderar as paradas musicais em todo o mundo, acabou se tornando um pesadelo para os principais players da indústria. O motivo é que nem The Weeknd nem Drake estavam envolvidos na gravação de “Heart on my sleeve”.

A faixa foi produzida por meio de inteligência artificial, que conseguiu simular as vozes dos dois artistas com base em padrões extraídos de outras gravações vocais disponíveis online. Quem compôs o hit de inteligência artificial e postou nas plataformas é um usuário conhecido como Ghostwriter.

Após um pedido da Universal Music, gravadora de The Weeknd, a versão original de “Heart on my sleeve” foi removida das plataformas de música. Porém, até a exclusão, a faixa acumulou 629.439 reproduções no Spotify e foi utilizada mais de 8,5 milhões de vezes no TikTok. 

  

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Vozes de outros artistas também são usados em músicas que não são suas 

A disponibilidade de diversas ferramentas online, muitas delas gratuitas, tornou-se possível replicar a técnica de clonagem vocal que originou a faixa “Heart On My Sleeve”. É possível encontrar Michael Jackson interpretando “Evidências” e Rihanna cantando clássicos de Beyoncé.

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Nas redes sociais, como o TikTok, um vídeo que apresenta Marília Mendonça dividindo os vocais do hit “Nosso Quadro” com Ana Castela, por exemplo, acumula mais de 1,3 milhão de visualizações na plataforma.

Artistas podem utilizar IA para timbres e sons 

Por outro lado, artistas estão explorando as possibilidades criativas dessa tecnologia para ajudar na criação de sons e timbres, ajudando nas composições musicais.

Pensando nesse tipo de uso, o Google está testando a ferramenta Music LM, que é capaz de gerar músicas a partir de descrições leigas em texto. É possível fazer pedidos diretos e simples, como “um rap dos anos 90 com sample de piano de brinquedo”, ou requisições mais abstratas, como “um som relaxante e inspirador, como uma xícara de café musical para manter a produtividade no trabalho”.

Debate e dúvidas sobre produções de hits por IA e direitos autorais 

Atentos a esse cenário, uma ampla coalizão de músicos e artistas lançou a Human Artistry Campaign (Campanha de Arte Humana). O grupo delineou princípios que defendem as melhores práticas no uso da inteligência artificial e ressaltaram a importância de conceder proteção de direitos autorais apenas a músicas criadas por seres humanos.

O debate sobre os direitos autorais em relação às criações geradas por inteligência artificial continua a levantar muitas perguntas sem respostas definitivas. Uma delas é: se uma música produzida por um algoritmo alcança sucesso, quem tem direito à arrecadação dos direitos autorais?

Alguns países, incluindo o Brasil, concedem direitos autorais apenas a obras que envolvem um esforço criativo humano. Nesse caso, o que é produzido por inteligência artificial é considerado domínio público.

Em entrevista para o G1, advogado especializado em propriedade intelectual, Luiz Fernando Plastino, afirma que em outros países, estão sendo discutidas outras abordagens. “A China tomou duas decisões importantes nesse sentido: em uma delas, foi atribuído um tipo de direito similar aos direitos autorais à pessoa que operou o algoritmo e direcionou sua criação; em outra, o direito foi reconhecido para a empresa que desenvolveu a ferramenta de inteligência artificial.” 

 

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Anthony Teixeira
É jornalista e Analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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