O Brasil caminha devagar na aprovação da Política Nacional de Defesa Cibernética, um projeto desenvolvido pelas secretarias de Segurança da Informação e da Cibernética do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Governo Federal.
A proposta foi concebida em 2016 e os crescentes casos de crimes cibernéticos nos últimos anos destacam a necessidade urgente de implementar um plano sólido de defesa cibernética no Brasil.
Recentemente, uma audiência pública coletou informações, críticas e sugestões para aprimorar o texto da política, que visa centralizar as medidas de segurança cibernética do governo federal no Sistema Nacional de Cibersegurança.
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Para tornar o projeto uma realidade, está previsto um investimento anual de R$ 600 milhões, juntamente com a contratação de 800 funcionários ao longo de cinco anos, provenientes de diversos setores, incluindo governo, sociedade, academia e setor privado.
Inspirado em nações da União Europeia que criaram suas próprias agências de segurança cibernética, o documento prevê a formação de diversos órgãos, como o Comitê Nacional de Cibersegurança (CNCiber), a Agência Nacional de Cibersegurança (ANCiber), o Gabinete de Gerenciamento de Cibercrises (GGCiber) e o Complexo Nacional de Cibersegurança. Além disso, inclui elementos como a Estratégia Nacional de Cibersegurança (e-Ciber), o Plano Nacional de Cibersegurança (p-Ciber), cooperação internacional e iniciativas relacionadas à Educação, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
Instituições governamentais são alvos de ciberterroristas
Uma pesquisa realizada pela Apura Cyber Intelligence revelou que instituições governamentais estão entre os alvos mais visados por grupo ciberterrorista. Um exemplo foi que ocorreu com o aplicativo Auxílio Emergencial, no qual criminosos coletaram dados pessoais para aplicar golpes por meio de aplicativos e sites fraudulentos.
Além disso, outro levantamento realizado pela mesma empresa, por meio da BTTng, plataforma que rastreia a internet em busca de indícios de ataques cibernéticos, apontou um crescimento, em 2023, no número de credenciais de brasileiros vazadas. Em 2022, a plataforma identificou o vazamento de 72 milhões de credenciais, apenas de brasileiros. Nos quatro primeiros meses deste ano, foram identificadas quase de 40 milhões de credenciais vazadas.
O CEO da Apura, Sandro Süffert, considera que a Política Nacional de Defesa Cibernética é um marco inicial importante para a cibersegurança no Brasil, apesar de possíveis limitações em seu texto. Süffert ressalta que um ponto crítico é o custo da implementação dessa política. Porém, ele argumenta que investir em medidas de segurança cibernética inicialmente pode ser mais econômico do que lidar com os custos decorrentes de ataques cibernéticos, que podem afetar a produtividade e eficiência a longo prazo.
Atualmente, o texto da política está em aperfeiçoamento, e o governo planeja estender a vigência da Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (e-cyber) devido à falta de uma lei definitiva. Essa estratégia, criada em 2020, originalmente teria validade até o final de 2023.
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