Imagine se a própria roupa que você veste pudesse gerar eletricidade a partir do calor do seu corpo. Essa ideia, que parece saída de um filme futurista, está se tornando viável graças a avanços tecnológicos desenvolvidos por pesquisadores na Suécia.
O estudo mostra como tecidos especiais podem transformar diferenças de temperatura em energia, trazendo aplicações para carregamento de dispositivos e monitoramento da saúde.
Como roupas podem gerar energia para carregar dispositivos?
Cientistas das universidades de Tecnologia Chalmers e Linköping desenvolveram um novo tipo de tecido que converte calor corporal em eletricidade. Essa tecnologia usa um polímero chamado poli (benzodifurandiona) (PBFDO) para revestir fios de seda comuns, tornando-os condutores de eletricidade.
O processo se baseia no efeito termoelétrico, onde a diferença de temperatura entre a pele e o ambiente cria um fluxo de elétrons, gerando corrente elétrica. Para um sistema eficiente, são necessários dois tipos de materiais: o tipo “p” (positivo), já bem estabelecido na pesquisa, e o tipo “n” (negativo), que até então apresentava desafios de estabilidade ao ar.
Nos testes, os fios de seda revestidos com PBFDO mostraram alta durabilidade e resistência, mantendo suas propriedades elétricas mesmo após várias lavagens e exposição a temperaturas extremas.
Na avaliação, não foi necessário o uso de proteção extra, diferentemente de versões anteriores que se degradavam em poucos dias. Isso significa que roupas equipadas com essa tecnologia poderiam suportar o uso diário sem perder funcionalidade.
Quais são as aplicações dessa tecnologia?
Os pesquisadores já criaram protótipos, como um botão termoelétrico e um gerador têxtil maior. Esses dispositivos conseguiram produzir pequenas quantidades de eletricidade, suficientes para alimentar sensores de baixa potência.
Embora a energia gerada ainda seja insuficiente para carregar um smartphone diretamente, a evolução da tecnologia pode permitir, no futuro, o desenvolvimento de roupas capazes de abastecer dispositivos eletrônicos.
Uma aplicação promissora está na área da saúde. Sensores integrados em tecidos poderiam monitorar sinais vitais, como temperatura corporal e frequência cardíaca, sem necessidade de baterias ou recargas. Isso seria especialmente útil para pacientes com doenças crônicas e atletas que dependem de monitoramento contínuo.
Além disso, a tecnologia pode ser utilizada em roupas inteligentes para funções como rastreamento de localização, sensores ambientais e iluminação LED de baixo consumo. Com a melhoria na conversão de energia, o potencial de uso se amplia para mais dispositivos eletrônicos do dia a dia.
Apesar dos avanços, o processo de fabricação dos tecidos termoelétricos ainda é demorado e precisa ser otimizado para produção em larga escala. A expectativa é que, com novos ajustes, essa inovação possa ser aplicada em roupas e acessórios no futuro.
LEIA MAIS