“Startup unicórnio” é o nome que se dá para as empresas que alcançam valor de mercado superior a um bilhão de dólares. A expressão que brinca com a ideia de que são empresas extremamente raras surgiu em 2013 pela investidora de capital americana Aileen Lee, em seu artigo Welcome to the unicorn club: learning from billion-dollar startups, ano em que apenas 39 empresas recebiam o título.

Quase uma década depois, já são cerca 1.200 startups unicórnios espalhadas pelo mundo, quase metade delas alcançando essa marca em 2021, de acordo com o mapeamento da CB Insight. A primeira startup brasileira a alcançar o status de unicórnio foi o aplicativo 99, de transporte e táxi, em 2018 e, em seguida, no mesmo ano, Nubank e Ifood entraram para a lista, o que mostra quão novo é este mercado para o país.

Mas, o cenário brasileiro vem ganhando destaque e está entre os 10 países com o maior número de startups avaliadas acima de US$1 bi. De acordo com Johannes Gmelin, diretor executivo da Primecap, plataforma de investimentos em startups, regulada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), com escritórios em Curitiba (PR), São Paulo e nos principais centros econômicos do interior paulista como Campinas, São João da Boa Vista, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba e Votuporanga, o Brasil amadureceu seu ecossistema de forma significativa nos últimos quatro anos e se tornou o maior mercado de startups na América Latina. 
 
LEIA TAMBÉM 
Maioria dos brasileiros tem trabalho híbrido no pós-pandemia
 
Inovação ajuda a potencializar ações coletivas em comunidades

“Em nosso radar, temos mapeadas, atualmente, 28 unicórnios no Brasil. Dessas, 24 possuem capital fechado, e 4 possuem capital aberto. Alcançamos esse resultado com índices de investimentos em inovações muito menores se comparados com países como os Estados Unidos e Israel, olhando proporcionalmente aos seus respectivos PIBs. Além disso, o mercado de investimentos em startups, seja por meio de fundos de investimento, anjos, ou crowdfunding, vem crescendo de forma expressiva ano a ano no país, o que mostra que o brasileiro tem despertado cada vez mais para as oportunidades atreladas a inovação e startups”, destaca.

Como se tornar um unicórnio 

Apesar de ser o valor de mercado que define uma empresa como unicórnio, há outras características indispensáveis que estão presentes nessas empresas que a tornam tão valiosas e que devem ser observadas para quem deseja chegar a este posto.

Para o diretor executivo da Primecap, uma das características é o time de profissionais na gestão da startup, uma equipe multidisciplinar, com experiência prévia no mercado e como empreendedor.   

“Além disso, ter um sócio, estatisticamente, aumenta as chances de a empresa obter sucesso. De acordo com McKinsey, 75% dos unicórnios possuem mais de um sócio, principalmente se houver sinergia e alinhamento nos propósitos entre os sócios”, explica.

A segunda característica importante para Johannes é o potencial de escalabilidade. “Esse ponto pode ser medido a partir de uma análise da tecnologia da empresa. A startup deve ser capaz de atender a milhões de clientes de forma eficiente e estável, e isso só pode ser permitido a partir da tecnologia”, acrescenta.

A capacidade de tração da Startup, isto é, o caminho para a rentabilidade é outra característica indispensável, segundo Johannes, e os Indicadores conhecidos como “Early Indicators” podem auxiliar nessa análise, como receitas recorrentes, que é um sinal de saúde financeira e crescimento, e um bom Product Market Fit, ou seja, um serviço ou produto que atenda a uma dor real do mercado. “Também o indicador padrão 3-3-2-2. Há um consenso de que possíveis unicórnios devem triplicar suas receitas nos dois primeiros anos após seu primeiro funding, e ao menos dobrar nos dois próximos anos seguintes”, explica.

Conheça 10 startups unicórnios brasileiras

Abaixo, conheça 10 startups unicórnios brasileiras que vem se destacando no mercado selecionadas com o apoio do diretor executivo do executivo da Primecap Johannes Gmelin.

Quinto Andar
Do setor de proptech, foi criada em 2012, tornando-se unicórnio em 2018.

C6 Bank
Do setor de fintech, foi criada em 2018, tornando-se unicórnio em 2021.

Creditas
Do setor de fintech, foi criada em 2012, tornando-se unicórnio em 2020.

Wildlife Studios
Do setor de games, foi criada em 2011, tornando-se unicórnio em 2018.

Loft
Do setor de proptech, foi criada em 2018, tornando-se unicórnio em 2020.

Loggi
Do setor de entregas, foi criada em 2013, tornando-se unicórnio em 2019.

Unico
Do setor de idtech, foi criada em 2007, tornando-se unicórnio em 2021.

Neon
Do setor de fintech, foi criada em 2016, tornando-se unicórnio em 2022.

Mercado Bitcoin
Do setor de fintech, foi criada em 2013, tornando-se unicórnio em 2021.

Nuvemshop
Do setor de e-commerce, foi criada em 2011, tornando-se unicórnio em 2021.
 
LEIA MAIS 
Inovação aberta cresce no Brasil e aproxima startups de grandes empresas