14 de dezembro de 2024
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Inovação aberta cresce no Brasil e aproxima startups de grandes empresas

O que há pouco tempo era considerado um diferencial, hoje se tornou um pilar essencial em tecnologia e inovação nas estratégias de negócios

O Brasil tem avançado e muito nos últimos anos no desenvolvimento de soluções em diferentes mercados por meio da inovação aberta. De acordo com informações divulgadas no Panorama sobre a Prática de Open Innovation entre Corporações e Startups no Brasil 2022, o número anual de relacionamentos de inovação aberta entre corporações e startups mais do que quintuplicou de 2019 a 2022. Foram registrados 8.050 relacionamentos em 2019, 13.433 em 2020, 26.348 em 2021 e 42.588 em 2022.

Mas o que é inovação aberta? O conceito de Open Innovation, criado por Henry Chesbrough, professor da universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, e autor de um livro com o mesmo nome, surgiu para ser um modelo emergente de inovação, um ecossistema que conecta startups, universidades, poder público e outros atores com as demandas das empresas tornando possível a colaboração de agentes externos para gerar soluções inovadoras para os seus desafios.

E essa conexão que a diferencia da inovação fechada, em que ocorre em um ambiente fechado, como o de uma empresa, por exemplo, sem a colaboração de agentes externos, participando do processo de inovação apenas os recursos internos da corporação. 
 
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O que dizem os especialistas sobre esse avanço

Com mais de 20 anos de experiência em projetos de Desenvolvimento Organizacional, Alex Bertoldi, consultor responsável pelo programa de Open Innovation do Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, um complexo de inovação que integra universidades, institutos de pesquisa, startups e empresas de base de inovação tecnológica através da troca de conhecimento e tecnologias, confirma que tem percebido esse crescimento substancial das iniciativas de inovação aberta, mas que há muito ainda para crescer.

“Num primeiro momento esse crescimento foi impulsionado pelas grandes corporações, mas percebemos também que empresas de médio porte já começam a enxergar grandes oportunidades de inovação tecnológica nesse modelo. Um momento muito favorável porque traz empresas de diferentes portes, características, em diversos graus de maturidade para o ecossistema, que amplia as conexões tornando a inovação aberta uma pauta mais presente no dia a dia das empresas. Ainda há muitas companhias que não estão fazendo inovação aberta, então temos um potencial enorme para crescer no Brasil”, explica Bertoldi.

Essa expansão, segundo Anderson Criativo, CEO do Hub de Inovação ONOVOLAB, com sede em São Carlos, beneficia tanto as startups como as empresas. “Para as startups, a oportunidade de contar com grandes clientes podem gerar receitas interessantes no curto prazo e, ao mesmo tempo, validar um produto com o mercado, abrindo muitas portas. Para as grandes empresas, o ganho é de agilidade. Ao invés de iniciar do zero um projeto arriscado, as empresas usam soluções já criadas por startups, o que pode representar meses ou até anos de economia de tempo”, conta.

Vantagens da Inovação aberta

Os especialistas Alex Bertoldi e Anderson Criativo apontaram cinco benefícios da inovação aberta para o desenvolvimento de soluções e novos negócios. Confira:

1) Ampliação da sua capacidade de inovação: permite que as empresas se conectem a um ecossistema que vai trazer uma avalanche de oportunidades de soluções em tecnologia e inovação que talvez ela não faria sozinha. Por mais talentos que uma grande empresa possua, contar com a capacidade de centenas ou milhares de cérebros que estão fora da sua empresa se torna uma grande vantagem competitiva para quem é capaz de praticar inovação aberta.

2) Criação e aceleração da cultura de inovação da empresa: para implantar um programa de inovação aberta é necessário trabalhar com os times da empresa o mapeamento de interesses e isso acaba trazendo um conjunto de conceitos e conhecimentos sobre inovação, sobre o que é uma startup e como funciona, o que ajuda a empresa a desenvolver uma mentalidade mais flexível, aberta e adaptada ao novo ambiente negócio.

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3) Viabilidade financeira: fazer investimentos em inovação sozinho é oneroso e é por isso que muitas empresas de médio porte não conseguem fazer e quando passam a participar de programa de inovação aberta criam oportunidades a um custo viável.

4) Incentivo ao desenvolvimento da comunidade: o modelo traz uma contribuição social, uma vez que uma empresa cria uma iniciativa de inovação aberta na sua localidade, promove a conexão com universidades, startups e com outras empresas na região que está inserida impulsionando o desenvolvimento do ecossistema local.

5) Agilidade: A inovação aberta pode acelerar significativamente o desenvolvimento de novos produtos e soluções.

Perspectivas para 2023
 
Para 2023, as notícias são boas para o modelo de inovação aberta, segundo Alex Bertoldi, do Supera Parque. “No âmbito nacional e estadual tivemos investimento público que fomentou a inovação e acredito que vamos colher muitos frutos em 2023. Na perspectiva local estamos bem otimistas, uma vez que os programas de inovação aberta estão vindo cada vez mais em direção ao interior do estado. Vale lembrar também que fundos internacionais estão olhando para o Brasil de maneira muito positiva em relação às perspectivas brasileiras na área de Inovação. Há uma próxima safra de startups que está chegando no mercado com novas soluções, startups que estão entrando em fase de captação de investimento. É um cenário muito favorável para 2023”, completa.

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Luciana Félix
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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