Em um cenário em que a segurança da informação deixou de ser uma responsabilidade apenas da TI para se tornar pauta obrigatória no board, surge uma pergunta fundamental: quais métricas realmente fazem sentido para os conselhos?
A resposta exige foco estratégico. Conselhos querem clareza sobre riscos, impacto no negócio e direcionamento. Não estão interessados em detalhes técnicos ou dashboards complexos, mas em respostas objetivas como:
- Estamos dentro do apetite de risco da organização?
- Onde estamos expostos? O que já foi feito? O que ainda precisa ser feito?
- Estamos melhores ou piores que os pares do mercado?
A seguir, apresentamos as principais métricas e abordagens que têm se mostrado eficazes nos principais conselhos e comitês executivos.
1. Maturidade e Aderência a Frameworks de Referência
- NIST, COBIT e ISO 27001: Avaliação periódica da maturidade com base nesses modelos.
- Gartner: Utilizar insights de benchmarking e tendências do setor.
- Indicador-chave: Mapa de aderência e gaps com plano de ação e prazos.
2. Apetite de Risco: De onde partimos e onde queremos chegar
- Métricas que mostrem o que foi feito e o que falta para alinhar os controles ao apetite de risco.
- Avaliação visual por heatmap de exposição.
3. Comparativo com o Setor
- Benchmarking com concorrentes: Utilizar dados públicos, relatórios de mercado e pesquisas para mostrar como estamos posicionados.
- Indicar se estamos acima, abaixo ou dentro da média setorial.
4. Variação Quantitativa dos Riscos
- Métricas que demonstrem variações de risco ao longo do tempo: redução de superfícies expostas, vulnerabilidades tratadas, acessos privilegiados revogados.
- Destaque para eventos evitados por conta de ações preventivas.
5. Indicadores de Materialização de Risco
- Se o risco se materializar, qual será o impacto financeiro, operacional e reputacional?
- Simulações de cenários: o que acontece se um dado sensível for exfiltrado?
6. Indicadores Técnicos Traduzidos em Valor de Negócio
- Gestão de acessos: Quantidade de acessos críticos revisados, desvios encontrados, ações corretivas.
- Gestão de terceiros: Quantos fornecedores têm acesso a dados sensíveis e qual o nível de risco envolvido.
- Exfiltração de dados: Quantos alertas detectados, tempo de resposta, mitigação.
- Backups e Recovery Plan: Tempo estimado de recuperação (RTO/RPO) e cobertura de dados críticos.
7. Cultura de Segurança e Engajamento
- Score de cultura de segurança: Resultado de campanhas de phishing, participação em treinamentos e simulações.
- Simulações e engenharia social: Quantas simulações feitas, aprendizado extraído, planos de melhoria.
- Sessões com CISO: Envolvimento do CISO em ações de educação corporativa sobre boas práticas para vida pessoal e profissional.
8. Indicadores de Auditoria e Conformidade
- Auditorias internas e externas: % de planos de ação concluídos no prazo, recorrência de findings.
- Capacitação da 2ª linha de defesa: Como a auditoria interna tem evoluído na capacidade de avaliar controles de forma autônoma.
9. Ocorrências e Tendências
- Incidentes do período: Quais ocorreram, como foram tratados, tempo de resposta e impacto.
- O que vem por aí? Tendências regulatórias, novas ameaças, novas tecnologias a serem adotadas.
Conselhos querem previsibilidade, comparabilidade e contexto. Métricas que respondem ao “e se?”, ao “como estamos em relação ao mercado?” e ao “qual é o plano?”.
Segurança da informação deixou de ser um tema técnico e passou a ser um tema de continuidade, reputação e valor.
A pergunta que fica é: suas métricas estão ajudando o board a tomar decisões melhores?
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