Em uma recente entrevista para o Itshow on the road, Sanmya Noronha, arquiteta de soluções e coordenadora do movimento Mulheres na TI, discutiu a importância da inclusão feminina no setor de tecnologia e como o movimento que nasceu de mulheres do setor de tecnologia do Banco do Brasil está incentivando essa mudança.
Historicamente, a tecnologia é uma área predominantemente dominada por homens e a presença feminina é ainda a mais afetada por demissões. No entanto, Sanmya destaca que muitas grandes invenções foram realizadas por mulheres ou com a participação direta delas.
“De uns tempos para cá, esse percentual começou a declinar. E hoje, em média, apenas 20% das mulheres trabalham com tecnologia”. A partir dessa lacuna Noronha explica o surgimento do projeto: “Com essa preocupação, o que nós resolvemos fazer? Vamos mostrar primeiro que a mulher pode sim trabalhar com tecnologia.”
Ações e desafios do movimento Mulheres na TI
O projeto Mulheres na TI realiza várias ações para incentivar a participação feminina no setor. Isso inclui rodas de conversa com especialistas, capacitações e programas para menores aprendizes. “Nós mostramos que as mulheres estão tomando espaço, devagar, infelizmente, mas estão”, afirma Sanmya.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados. Um deles é o estereótipo de que a tecnologia é sinônimo de codificação. “Muitas mulheres acreditam que tecnologia é desenvolvimento, ou codificação, dependendo de quem vai pronunciar. E nós mostramos que antes da codificação existe muita coisa feita antes, a própria definição dessa necessidade, o que precisa ser feito”, explicou Noronha.
Mulheres na história da tecnologia
Sanmya fala também da importância de reconhecer as contribuições das mulheres para a tecnologia. Ela lembra que o GPS e o Wi-Fi foram criados por mulheres, e que grandes empresas como a Intel do Brasil e a Caixa Econômica Federal são lideradas por mulheres.
Para ela, o futuro das mulheres na TI é promissor. Ela cita estudos da UNESCO e da ONU Mulheres que destacam a necessidade de aumentar a representação feminina no setor. “Eu vejo um futuro promissor. Se você olhar, a Unesco lançou um estudo falando da necessidade de ter mais mulheres na tecnologia. Têm a ONU Mulheres, só para falar de algumas organizações conhecidas mundialmente. E elas têm direcionamento, orientações para que aumente, para essa necessidade de aumentar”. Sanmya complementa: “ainda tem muitas barreiras a serem rompidas, principalmente culturais, mas eu tenho certeza que o futuro é bem promissor.”
Pedro Carnevalli | Itshow