A tecnologia avançou em diversas áreas da sociedade. Largamos a máquina de escrever para digitar no computador e deixamos de ir à banca comprar o jornal para ler as notícias em nossos celulares. O cotidiano de profissionais da saúde e de pacientes também se modernizou, com novos equipamentos e procedimentos.
Essa relação entre tecnologia e saúde já é bem antiga. Há praticamente 130 anos, em 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen descobriu que a utilização de raios X possibilita ver imagens de dentro do corpo dos pacientes.
As facilidades proporcionadas desempenham papel fundamental na prestação de serviços de saúde. Quando estes são modernizados, há melhoria no diagnóstico, no tratamento, na gestão de pacientes, nos cuidados durante a reabilitação e, de uma maneira geral, na qualidade de vida.
Com os avanços tecnológicos, a assistência médica tornou-se muito mais sofisticada. A jornada do paciente pôde ser otimizada em toda a jornada de atendimento e trabalho, fazendo com que a engrenagem funcione de modo inteligente e sustentável.
O que é a tecnologia hospitalar?
Todos os processos, ferramentas tecnológicas e inovações desenvolvidos para apoiar os serviços de saúde em hospitais, clínicas e instituições do setor em geral podem ser considerados tecnologia hospitalar. São diversos equipamentos, sistemas e softwares que possuem a finalidade de aperfeiçoar a eficiência, a segurança e a qualidade do atendimento.
Por exemplo, equipamentos médicos de alta tecnologia, como as máquinas de ressonância magnética e de robótica cirúrgica. E mesmo sistemas de informações médicas, dispositivos de monitoramento de pacientes e softwares de gestão hospitalar.
Recursos de TI (tecnologia da informação), automação e informática já são inseridos em dispositivos, muito além das grandes máquinas. Nós mesmos, muitas vezes, nem percebemos que estamos desfrutando desses avanços, como quando vemos prontuários computadorizados.
Qual a importância da tecnologia hospitalar?
A tecnologia hospitalar trouxe benefícios significativos e um impacto inegável ao campo da saúde. Equipamentos avançados, como a tomografia computadorizada, possuem uma precisão maior e um diagnóstico mais rápido, o que resulta em intervenções mais eficazes e maiores taxas de sobrevivência.
A pandemia de Covid-19 ressaltou a importância de sua utilização – e que é perfeitamente possível, mesmo de maneira remota, ofertar uma assistência humanizada. Diante de um grande desafio global, diversas ferramentas foram utilizadas com o intuito de rastrear o andamento da doença. Já havíamos falado no artigo anterior sobre telemedicina, outro avanço tecnológico que também permitiu a realização de consultas e um acompanhamento de perto, especialmente em casos crônicos, mesmo estando à distância.
Outra questão de extrema importância foi a produção das vacinas. No caso da Covid-19, a ciência foi capaz de chegar a soluções em menos de um ano, um tempo recorde. O conhecimento científico na área e o acúmulo de informações coletadas ao longo da história da medicina encontraram supercomputadores que conseguiram acelerar o processo, garantindo uma excelente eficácia no combate ao vírus e ajudando a desacelerar o avanço da doença.
Por que investir em novas tecnologias para a saúde?
Para que uma grande instituição funcione de maneira eficiente, é necessário que todo o combinado de funções esteja alinhado. Sem uma gestão eficaz, o número de falhas e outros transtornos irá aumentar, afetando a jornada do paciente e, consequentemente, trazendo problemas ao negócio. Neste caminho, a automação de processos é um elemento indispensável.
As vantagens da implementação de metodologia moderna aliada à tecnologia podem ser notadas na maior agilidade, desde o atendimento na entrada até a estadia do cliente, graças ao acesso a todo o histórico médico do paciente. Com isso, as reclamações constantes daqueles que precisam do atendimento são reduzidas drasticamente.
Em seguida, este mesmo paciente irá fazer um exame em um equipamento moderno e a análise será feita em um avançado equipamento de um laboratório clínico, recebendo um diagnóstico mais rápido e preciso. Caso o exame detecte a necessidade de realizar algum procedimento, a robótica cirúrgica oferecerá uma ação menos invasiva, acelerando o tempo de recuperação e mitigando os riscos associados a cirurgias tradicionais.
Finalizado todo o procedimento, ele ainda poderá ser acompanhado à distância, com a utilização de monitores de sinais vitais, que medem a pressão arterial, a frequência cardíaca e a oxigenação. Assim, pode passar um tempo maior em contato com seus familiares e pessoas próximas, além de reduzir custos e possíveis transtornos com deslocamento.
Esse monitoramento constante ainda faz com que uma possível tomada de decisão aconteça de forma imediata, caso enfrente alguma alteração estando distante de alguma instituição do segmento.
A adoção de Sistemas de EHR (Registro de Saúde Eletrônico) ainda possibilita que mais de um profissional acesse ao mesmo tempo informações do paciente, sendo cuidado por uma equipe multidisciplinar.
Estes registros ainda possuem informações adicionais, como dados demográficos e resultados de laboratório, fazendo com que o paciente seja enxergado de uma maneira ampla. Além de otimizar o tempo da equipe médica e destacar a duplicidade de exames, ele passará os dados de maneira mais clara, reduzindo a quantidade de erros.
Quais são as adversidades?
Alguns profissionais da saúde ainda possuem receio de utilizar novas ferramentas, acreditando que haverá uma perda da humanização do processo. Por isso, é preciso investir em capacitação: mostrar ao médico, ao enfermeiro, ao atendente, e mesmo aos gestores, que, na realidade, esses recursos irão reduzir o desgaste em atividades burocráticas e permitirão uma interação maior entre equipe médica e pacientes.
A segurança de dados precisa ser uma preocupação constante, especialmente com o aumento das ameaças cibernéticas. No Brasil, já temos o ConecteSUS, que abrange todos os dados do SUS (Sistema Único de Saúde), adotando o HL7 FHIR como padrão para a troca de dados públicos nacionais. Isto é um importante marco, pois a padronização de dados permite um melhor uso dos sistemas de informação e compartilhamento quando necessário.
Não restam dúvidas de que a tecnologia hospitalar revolucionou a área e, nos próximos anos, deverá crescer ainda mais em importância. As instituições precisam treinar e trabalhar com seus funcionários para que eles acompanhem o constante avanço com o intuito de gerar uma relação harmônica e proveitosa diante de novas soluções que melhorem a qualidade do atendimento.
Content Contributor: André Cripa | Itshow