O mercado de moda no metaverso é uma realidade, segundo pesquisa feita pelo Boston Consulting Group em parceria com a DRESSX, loja especializada em moda virtual. O estudo analisou as oportunidades do mundo fashion neste novo ambiente digital e constatou que, mesmo sendo ainda incipiente, o Metaverso já possui um mercado promissor.
Participaram 2,8 mil pessoas e a pesquisa concluiu que a curiosidade sobre a tecnologia (36%) foi o fator mais importante que impulsionou a experimentação da moda digital. No entanto, 72% disseram que comprariam novamente produtos apenas para uso virtual.
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De acordo com Ricardo Tiezzi, diretor executivo e sócio do BCG, o metaverso pode soar como algo abstrato para as pessoas, mas é possível ver o novo ambiente como uma evolução gradual da internet que se conhece atualmente. “É fácil compreender o que a pesquisa nos mostra em dados: a aparência é importante em todos os lugares, e por isso a compra de acessórios e vestimentas para uso virtual é crescente em diversos países”, diz Tiezzi.
IDENTIDADE VISUAL NO METAVERSO
Ou ponto da pesquisa foi sobre o motivo pelo qual compram itens virtuais e 55% dos participantes disseram comprar pela vontade de se expressar pelos produtos adquiridos. Entre outras motivações, 45% disseram fazer o investimento para ficarem por dentro das novidades.
Segundo o levantamento, a expectativa é que as marcas líderes na indústria da moda estarão no metaverso até 2030 e isso pode se traduzir em receitas extras de US$ 25 bilhões por ano, provenientes de skins para jogos, roupas para avatares digitais e NFTs.
INDÚSTRIA MAIS SUSTENTÁVEL
A presença no Metaverso pode ajudar a tornar a indústria da moda mais sustentável, aponta o estudo, apesar do uso excessivo de tecnologia, necessário para construir e manter a realidade virtual. Atualmente, esse mercado é responsável por 5% das emissões mundiais de GEE (gases do efeito estufa). A presença no Metaverso pode ajudar a reduzir a superprodução de peças, por exemplo, e, consequentemente, as emissões de CO2.
A tecnologia, como o design 3D, pode diminuir a necessidade de peças físicas e de devoluções, com showrooms virtuais e provadores tridimensionais. O BCG estima que, para cada 1% de superprodução reduzida, as emissões de GEE da indústria da moda cairiam entre 0,2% e 0,4%.
“Conforme o mercado entra no metaverso, é importante que as marcas incorporem mecanismos de sustentabilidade desde o primeiro momento. Empresas de moda não devem fazer apenas escolhas tecnológicas conscientes no novo ambiente, mas também podem ajudar a estabelecer padrões sustentáveis para a indústria”, diz Tiezzi.
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